segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Financiamento a pessoa física

Financiamento é coisa boa, sim, apesar de vermos na mídia várias reportagens dizendo que é melhor ficar fora, que é melhor negociar pagamento a vista com desconto.

No Brasil, a principal dificuldade está na nossa alta taxa de juros. Um dia, quem sabe teremos uma taxa de juros mais civilizada.

A segunda questão séria, é renda. Podemos até apregoar que o cidadão humilde deveria acumular o dinheiro, esperar uns 3 ou 4 anos para comprar um computador. Neste tempo, os filhos deste cidadão podem ter perdido sua chance de estudar, aprender e ser inserido no mundo moderno. E com renda baixa, é muito difícil priorizar os gastos a serem feitos.

E existem gastos realmente duvidosos. Comprar alimentos, a prazo com juros por exemplo, algo no mínimo estranho. Ou trocar de celular frequentemente.

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Na primeira vez em que o aposentado Almir Rodrigues da Silva, 67, recorreu ao crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o objetivo era financiar uma obra em sua casa. O maranhense, em Brasília há mais de 40 anos, só não tinha ideia de que esse era o começo de uma extensa novela.
"Primeiro peguei R$ 8.000, depois mais R$ 8.000 na própria Caixa [Econômica Federal]. Aí a coisa foi apertando. Acabei vendendo essa dívida para outro banco menor, que refinanciou com uma taxa mais barata e ainda me deu uma diferença. Ao mesmo tempo, fui pegando valores menores, R$ 500, R$ 600", relatou o aposentado e ex-gráfico.
Rodrigues recebe mensalmente do INSS um benefício bruto de R$ 1.400. "Hoje, não sei mais quanto devo e quanto tempo falta para pagar. Virou uma bola-de-neve", disse.
Entidades que representam os aposentados do INSS afirmam que, embora seja um benefício adicional aos segurados, o crédito consignado pode se tornar uma armadilha. Diariamente, as associações ficam lotadas de aposentados que relatam diferentes histórias, inclusive de abuso dos bancos e de falta de informações.
Segundo Iara Dias da Silva, da Associação dos Aposentados de Brasília, quase todos os associados que recebem benefícios acima do salário mínimo não conseguem escapar dos refinanciamentos sucessivos. "São pessoas um pouco mais esclarecidas e que têm rendimento melhor. Entram uma vez e não conseguem mais sair."

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