sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sadia e seus derivativos cambiais

"Queria entender quando vamos ver da Sadia uma política de exposição a risco em que possamos confiar", afirmou Juliana Rozenbaum, analista do Unibanco. "Se [a exposição cambial] será de seis meses, de três meses ou menos. Quando vamos ter uma coisa escrita em pedra, que vai ser observada e exercida?"



Além das perdas de R$760 mi, já liquidadas, entrevista de hoje na Folha SP fala em perdas adicionais de R$491 a R$1bi, dependendo da taxa de câmbio do dólar.

Asia

Nikkei em queda forte ontem, apesar da diminuição dos juros feita pelo governo japones.
Praticamente toda Europa em queda agora.
Será que vai dar uma queda hoje do Ibov.

AustraliaASX 100-1.60-0.05%3,311.6010/31 4:47pm
AustraliaASX All Ords+25.40+0.64%3,982.7010/31 4:47pm
AustraliaASX Mid-cap 50+44.50+1.25%3,609.5010/31 4:47pm
Hong KongHang Seng-361.18-2.52%13,968.6710/31 4:29pm
Hong KongHSCC Red Chip+28.44+0.97%2,962.7110/31 4:28pm
JapanNikkei 225-452.78-5.01%8,576.9810/31 4:30pm

Juros de 0,3% a.a.

The Bank of Japan cut its benchmark interest rate to 0.3 percent in a split decision to help stave off a prolonged recession.

Governor Masaaki Shirakawa cast the deciding vote to lower the key overnight lending rate from 0.5 percent after four of the eight board members dissented, the central bank said in Tokyo today. Three wanted to cut the rate to 0.25 percent, and one wanted to leave it unchanged, Shirakawa said.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Oportunidade...

Calcular os preços dos ativos no atual momento de crise é como descer a serra do mar sob intensa neblina. Não dá para saber se o clima no litoral é de chuva, de sol ou ameno.

"Os paradigmas, as referências e os parâmetros todos mudaram", afirmou Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. "Tudo o que tivemos de bom nos últimos quatro anos, provavelmente, não teremos nos próximos quatro."

Levantamento feito pelo Valor Data mostra que hoje 31 empresas brasileiras estão com valor de mercado abaixo da soma dos recursos que têm em caixa com os estoques, subtraindo a dívida de curto prazo. Ano passado, apenas duas viviam essa situação. A análise foi feita a partir de uma amostra de 282 companhias.

A avaliação é que houve uma mudança brusca no cenário macroeconômico, dominado hoje por pessimismo e incertezas. Esses aspectos mais a escassez de dinheiro no sistema financeiro internacional desenham a perspectiva de desaquecimento global - e hoje o quadro macro está pesando mais do que as particularidades de cada empresa para se chegar no valor do negócio.

"A ação sempre está submetida a dois riscos, o da empresa e o de mercado, que embute as condições do país, do quadro global, de crescimento. Em momentos de depressão, como o atual, a tendência é que o segundo prevaleça em relação ao primeiro", afirmou Alexandre Póvoa, diretor do Modal Asset.

Mais de 300 clientes de "middle market" do Itaú têm derivativos

Não foi só o Itaú BBA que realizou operações com derivativos de câmbio com seus clientes. O próprio Itaú vendeu em suas agências, para empresas de médio porte, produtos atrelados a derivativos de câmbio. Segundo apurou o Valor, mais de 300 clientes do segmento de "middle market" do Itaú tinham empréstimos com a chamada dupla indexação. Esses créditos não representam risco para o banco, já que têm pequeno valor, dado o porte das empresas. Mas o número indica que as operações com derivativos estavam bastante disseminadas entre empresas menores.

Esses empréstimos com dupla indexação tinham um custo atrelado ao CDI, mas passavam a ser corrigidos pelo dólar se o câmbio ultrapassasse determinada taxa. Na prática, a empresa vendia ao banco uma opção de compra de dólar a uma determinada cotação. A venda dessa opção barateava o custo do empréstimo, mas, com a disparada do câmbio, todos os contratos passaram a ser corrigidos pelo dólar.

Unibanco tira AIG da marca

O Unibanco aproveitou o fim de semana passado para desencadear uma ampla operação para tirar o nome da americana AIG, sua parceira há 10 anos, da marca da seguradora do grupo, a Unibanco AIG.

Na sexta-feira, o Unibanco havia anunciado que está negociando comprar a participação de 48% da AIG na joint venture. Severamente afetada pela crise internacional, a AIG teve que ser resgatada às pressas pelo governo americano em setembro. Antes uma das maiores seguradoras do mundo, a AIG está vendendo investimentos em outros países para saldar suas dívidas.

A situação acabou respingando nas operações no Brasil. Embora o presidente da seguradora Unibanco, José Rudge, tenho dito que a situação da AIG não estava prejudicando os negócios, o banco resolveu mudar a marca assim que assumiu as negociações para comprar a parte americana, na sexta-feira.

Segundo Rudge, o Unibanco investiu R$ 4 milhões na mudança da marca não só no site da seguradora como também nas apólices e demais materiais impressos, carro de socorro, automóveis, motos, reboques e pontos de venda.

A mudança no nome, esclareceu, foi feita com o consentimento da AIG e indica que o banco está confiante de que sua proposta de compra da participação da americana na seguradora brasileira será aceita.

As ações caíram, o dólar subiu. E agora José?

José é um desses brasileiros que sempre olharam de longe a coragem, o sangue frio e a ambição de quem investe na Bovespa. "Isso não é para o meu bico", pensava. "Quem sabe um dia, se eu ganhar na loteria..." Levar os meninos para a Disney sempre foi um sonho, mais dele do que das crianças, com quem nunca compartilhou seu desejo pois não acreditava que teria dinheiro suficiente para comprar dólares, a tal moeda cobiçada, forte e cara. Convencido de que sua história era outra, sempre fez poupança em renda fixa, achando que os juros que recebe são altos o suficiente para compensar o risco que, segundo sua percepção, não existe.

Acontece que os juros, antes generosos, foram caindo, caindo, e os ganhos com a renda fixa minguando para menos de 1% ao mês e deixaram José desanimado. Via tanta gente festejando ganhos fantásticos na bolsa que começou a achar que podia arriscar também. Tomou coragem e colocou metade da pequena fortuna em ações. Ficou animadíssimo ao ver que a rentabilidade de uma semana na bolsa era maior do que a de um ano inteiro na renda fixa. Não bastasse essa maravilha, ouviu na TV que o dólar se aproximava de R$ 1,60. José fez as contas e se convenceu de que, se os ventos continuassem soprando a favor, a sonhada viagem para a Disney sairia logo, logo. As crianças pularam de alegria quando o pai lhes contou que iriam conhecer o mundo da fantasia.

José não entende direito o que está acontecendo: uma tal crise de "subprime" que ele não sabe o que é, grandes bancos americanos quebrando e quase todos os países do mundo afetados por uma crise de confiança. O fato é que os ventos mudaram e a maré não está para peixe. A bolsa caiu tanto e com uma velocidade tão grande, que José ainda não conseguiu absorver os acontecimentos. Tem certeza de uma coisa: o valor de suas ações caiu muito e se vender agora receberá metade do que investiu. E o que é pior, o dólar subiu. Subiu tanto que José não tem reais suficientes para comprar os dólares que a família precisa para fazer a viagem dos sonhos. E agora José?

A viagem vai ter de esperar um pouco mais. Diga aos meninos que todos vão ter que contribuir para economizar nas despesas para que a família possa criar um fundo de reserva - em dólares - para esse projeto. Com o envolvimento de todos, o desafio fica menor, você vai ver. Se as passagens já foram compradas, compromissos com hotéis assumidos, pense em diminuir o tempo da viagem, reduza as despesas com compras e evite estourar o orçamento. Dessa viagem devem ficar apenas boas lembranças!

FED

Concerned Fed Trims Key Rate by a Half Point

Asia

Muito bons ventos soprando do Oriente!

Asia Pacific & Australia
AustraliaASX 100+126.70+3.99%3,302.5010/30 4:47pm
AustraliaASX All Ords+151.50+3.98%3,957.3010/30 4:47pm
AustraliaASX Mid-cap 50+122.50+3.56%3,565.0010/30 4:47pm
Hong KongHang Seng+1,627.78+12.82%14,329.8510/30 4:33pm
Hong KongHSCC Red Chip+356.49+13.83%2,934.2710/30 4:33pm
JapanNikkei 225+817.86+9.96%9,029.7610/30 4:30pm

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Americanos incorrigíveis

The sharp decline in gasoline use earlier this year — with volume down nearly 10 percent in some weeks — suggested to many people, including the automobile companies, that a permanent change in American habits might be at hand. But with gasoline prices falling drastically in recent weeks, some American drivers are returning to their old ways.

What is happening in this blue-collar bedroom community of refinery, food processing and casino workers reminds energy analysts of what happened the last time the oil price collapsed. The frugality of the 1970s, when oil was high, eventually gave way to an era when people drove longer distances, lived farther from work and traded in their cars for minivans and then sport utility vehicles.

FMI

Só quem tem é mais velho vai lembrar da época ds crises, quando a gente enfrentava as crises com pacotes, muitas vezes sob acompanhamento do FMI.

Bom lembrar, controlar inflação, uma gestão eficiente do orçamento público e a escolha adequada dos representantes do poder público são fundamentais, para nunca voltamos a repetir estes erros do passado.


O primeiro-ministro da Hungria, Ferenc Gyurcsany, propôs a redução da meta de déficit no orçamento público em 2009 de 2,9% para 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) para garantir um financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O primeiro-ministro também propôs que a Hungria congele os salários de funcionários públicos e corte o 13º salário dos servidores. O governo também está propondo limitar o pagamento dos pensionistas em 80 mil forints e tornar o pagamento apenas disponível para os aposentados com mais de 62 anos.

Gyurcsany se recusou a revelar detalhes do pacote do FMI, mas destacou que o acordo não vai aumentar o encargo da dívida da Hungria. O premier também não revelou o tamanho exato do pacote, mas disse que ficará em linha com as expectativas do mercado, de aproximadamente 10 bilhões de euros (US$ 12,5 bilhões).

"Temos de nos preparar para o pior cenário, em outras palavras, temos de calcular com base em um ambiente europeu de recessão em 2009, no qual o PIB da Hungria deve se retrair 1%", disse Gyurcsany durante uma audiência com os representantes de todos os cinco partidos do parlamento.

Povo previdente

"Não me esqueci do passado", diz Gert Heinz, consultor fiscal em Munique. "Se dependemos de papel moeda podemos perder tudo. Aprendemos isso do modo mais difícil, após duas guerras mundiais."

Portanto, quando a chanceler Angela Merkel foi à televisão recentemente para dizer aos alemães que suas contas bancárias estavam a salvo, Heinz, que aos 68 anos ainda se recorda das fileiras de comida enlatada que sua mãe armazenava no sótão, decidiu que preferia se sentir a salvo que arrependido.

Heinz converteu uma parte de sua poupança em ouro, como já fizera anteriormente, e fez um estoque de seis meses de arroz, açúcar, farinha e uma marca especial de leite em pó que dura por 50 anos.

Heinz pode ser um exemplo extremo, mas não está só. À medida que os europeus procuram segurança em face de uma turbulência financeira que - pelo menos até o momento - os afetou diretamente muito menos do que a muitos americanos, refletem sobre a história de seu continente sofrido, que foi cenário de guerras, revoluções e crises financeiras ao longo dos séculos.

Impostos

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), para pagar tributos e adquirir serviços privados a classe média trabalha 75% do ano. No total, foram 157 dias trabalhados só para pagar os tributos e mais 117 dias para adquirir serviços privados como educação, saúde e segurança. E registrou que a classe média está trabalhando dois dias a mais se comparado a 2007 e que, apenas a partir de 1º de outubro, começou a trabalhar para pagar gastos com necessidades como comida, vestuário e moradia. O levantamento levou em conta famílias com rendimento mensal de R$ 3 mil a R$ 10 mil.

Outro estudo do IBPT verificou que os gastos com, por exemplo, educação, saúde e segurança, passaram a comprometer mais a renda da classe média. Na década de 80, os gastos com esses serviços representavam 12% (44 dias trabalhados) da renda familiar, em 2008, esse gasto pulou para 32% (117 dias). A carga tributária brasileira atingiu no primeiro trimestre deste ano o maior índice dos primeiros trimestres, 38,9% do PIB. Sendo um total de R$ 258,9 bilhões arrecadados. No mesmo período do ano passado foram R$ 221,75 bilhões. O impostômetro da ACSP (criado para medir quanto se paga de impostos), até o fechamento desta edição, passava de R$ 843 bilhões.

Aloizio Mercadante

O governo precisa "sair do palanque" e promover medidas estruturais para resolver os problemas da atual crise de liquidez no curto prazo, evitando assim reflexos mais drásticos da crise financeira internacional na economia brasileira. Este é o recado do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) que assumiu o papel de "oposição" dentro do governo - em debate promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, empresários e parlamentares.

Categórico, Mercadante defendeu cortes de gastos de custeio do governo e reformas estruturais para garantir os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na economia. "As eleições já acabaram e temos que enfrentar essa crise de forma séria", disse o senador defendendo a criação de "reformas anticrises".

Mercadante defendeu mudanças nas leis para fixar limites para o aumento da folha de pagamento do governo e regulamentar a greve de funcionários público, medida que foi apoiada por Mantega.

20 anos de espera

A novela dos dividendos obrigatórios não pagos pela Eletrobrás, que se arrasta há mais de vinte anos, pode estar próxima do fim. Desta vez por um empurrão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cuja diretoria colegiada decidiu ontem abrir um processo administrativo sancionador para apurar a conduta dos administradores da estatal no que diz respeito ao não pagamento desses dividendos.

Amparada na Lei das Sociedades por Ações a Eletrobrás vinha alegando que os dividendos não foram distribuídos porque ela precisava dos recursos para seu programa de investimentos. Mas o parágrafo 4º do artigo 202 da Lei das S.A. determina a distribuição dos dividendos "assim que o permitir a situação financeira da companhia".

No voto do relator, o diretor da CVM Marcos Pinto, concluiu que "a retenção dos dividendos para realizar investimentos é incompatível com o artigo 198 da Lei das S.A.", depois de analisar os dispositivos que tratam da retenção de lucros e a excepcionalidade em que é admitida a retenção inclusive do dividendo obrigatório. Por isso, a CVM vai apurar "a responsabilidade dos envolvidos por infração aos dispositivos legais citados, destacando, todavia, que a autarquia não tem competência legal para determinar o pagamento de dividendos".

Sobre o fechamento de capital

...a discussão sobre preços é a grande questão, segundo o especialista da FIA, na análise de possíveis deslistagens. Para fechar o capital, pelas regras do Novo Mercado - segmento da Bovespa com regras diferenciadas de governança - o controlador precisa fazer uma oferta para os demais acionistas baseado no valor econômico da empresa e não simplesmente a cotação de mercado. Atualmente, lembra Almeida, os preços estão muito baixos porque é grande o pessimismo em relação ao futuro. Não se acredita mais nos fundamentos, o que fica refletido em premissas tímidas tanto para os negócios das empresas quanto para o ambiente econômico. Se esse é o cenário, é razoável pensar também que o preço da empresa obtido via valor econômico, pelo método de fluxo de caixa descontado ou por meio de múltiplos, será baixo, talvez similar ao que está na bolsa.

Mas, lembra Almeida, se a justificativa para a recompra dada pelo controlador é a irracionalidade do preço dado pela bolsa às ações, ele, no momento de fechar o capital, também, em tese, não poderia fazê-lo a níveis tão depreciados.

"Obviamente, se for usar as perspectivas que lhe parecem racionais para a avaliação de sua empresa, a oferta de fechamento sairia muito mais cara e provavelmente seria inviabilizada", diz. "Se levar adiante a operação a um valor baixo, o controlador referendaria o mercado e, se quiser se envolver, por exemplo, em um processo de fusões e aquisições, será também por esse preço que seu negócio será avaliado. "

Já marcada a data para a recuperação

Os bancos suíços, que fazem a gestão de fortuna de 4 trilhões de francos suíços (US$ 3,5 bilhões), de fundos transnacionais (depositados fora do pais de origem), já sabem o que vão dizer seus clientes em dezembro, na hora da prestação de contas: que vão ter de esperar pelo menos até 2012 para eventualmente recuperar o que perderam nas bolsas de valores.

O banqueiro Ivan Pictet, do banco privado Pictet, estima que dos 4 trilhões depositados no pais, 1,6 trilhão foram aplicados em ações. Só que até agora, devido à crise financeira internacional, houve uma "destruição de valor" de pelo menos 300 bilhões de francos suíços, pelos cálculos do banqueiro.

Ele explicou que no primeiro semestre, o portfólio dos bancos ainda resistiu, caindo só entre 3% e 7%. Mas desde então, as bolsas baixaram mais de 30% e a desvalorização dos portfolios dos bancos privados suíços passou de 20%.

Fluxo de dinheiro

A variação esquizofrênica dos ativos em meio à crise internacional já provocou uma fuga maciça de recursos dos fundos de varejo de alta renda para opções mais conservadoras, especialmente os Certificados de Depósitos Bancários (CDB). O lado bom é que o dinheiro permanece no Sistema Financeiro Nacional (SFN), o que reitera a confiança dos investidores nas instituições que operam no Brasil. Mas a face perversa desse fenômeno é que a migração tem potencializado os efeitos da crise global no setor. Para atender a demanda de saques dos cotistas, muitos gestores - notadamente os que não adotam prazos de carência - têm sido obrigados a se desfazer de papéis com prejuízos, trazendo a conta para dentro do portfólio e realimentando novos resgates, conforme destaca o relatório semanal do site financeiro Fortuna.

Derivativos

Felizmente, todo mundo zerando posições em dolar. Agora é esperar o resultado dos balanços das empresas.



As empresas brasileiras já desmontaram a maior parte de suas posições vendidas especulativas em câmbio na Cetip, o que tem permitido um tombo nas cotações do dólar a cada sinal de melhoria no mercado internacional. Ontem, o dólar caiu mais 2,5%, para R$ 2,188. Em dois dias, a queda foi de quase 6%. Após ampla análise das mais diferentes estruturas utilizadas para registrar derivativos, Jorge Sant'Anna, superintende da Cetip, notou que as posições vendidas brutas totais das empresas em dólar (exposição total) chegaram a US$ 94 bilhões no dia 30 de setembro. No dia 24 último, haviam caído para US$ 60 bilhões. Se forem consideradas apenas as transações de vencimento em 90 dias, os números passaram de um total de US$ 38 bilhões para US$ 20 bilhões no período. As posições vendidas líquidas (descontadas as compradas), que chegaram a atingir US$ 40 bilhões no dia 30 de setembro, foram para US$ 7 bilhões no dia 24. "Provavelmente as maiores posições especulativas já foram desmanchadas", afirmou Sant'Anna.

Cassino

Volkswagen

Vocês viram o que aconteceu com as ações da VW.
Aparentemente teve a ver com a declaração da Porsche, que quer deter 75% das ações nominais da VW.

Próximo problema americano: perdas com cartões de crédito

Cutting Back

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Prevendo o futuro

As fontes financeiras de prognósticos se apressam a anunciar o fim do poço para o mercado em baixa. E como nas fases de crescimento, quando os analistas concorriam pela atenção com suas estimativas de ganhos cada vez maiores, a classe financeira especializada parece no momento compelida a sacudir as pessoas. "Fazer um prognóstico maluco atualmente não é maluquice", disse Owen Lamont, ex-professor de Yale que estudou estimativa econômica. "Não é loucura prever que Dow Jones irá para dois mil. Isso está dentro do possível."

De fato, em uma era de mil pontos de oscilações ao dia para Dow e prejuízos de 30% no mercado de ações as previsões são supervalorizadas, e os dividendos resultantes de um anúncio correto podem ser imensos.

Em 1987, uma estrategista pouco conhecida chamada Elaine Garzarelli tornou-se uma celebridade depois de prever que o mercado iria desabar alguns dias antes da Segunda-Feira Negra. Hoje em dia, quem faz previsões apocalípticos de longa data como Nouriel Roubini da Universidade de Nova York se tornaram gêneros de primeira necessidade da mídia já que grande parte de suas previsões apocalípticas começaram a se concretizar.

Faça o que eu faço, não faça o que eu digo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez um apelo para que as pessoas continuem a comprar e a buscar crédito, porque isso é importante para a economia brasileira. Mas ele mesmo preferiu não arrumar prestações a perder de vista. Disse que está comprando um imóvel neste momento, o que nem deveria contar, mas só contou para animar o mercado. Negociou o imóvel diretamente com o proprietário.

Foi perguntado a Mantega: "O senhor compraria um carro em 60 vezes, um imóvel em mais de 100 meses?" "Eu mesmo estou comprando um imóvel, numa quantidade pequena", respondeu. Foi-lhe perguntado então: "Em quantas vezes, ministro?" Mantega: "Ah, aí você quer entrar na minha intimidade". Pensou um pouco e prosseguiu: "Tá bom, vou dizer, em oito ou dez vezes, negociado diretamente com o proprietário". Em seguida, o ministro aconselhou todo mundo a manter seu ritmo normal de vida. "Se todo mundo ficar preocupado, com medo, aí é que você vai criar um problema econômico, porque vai deixar de consumir, de comprar um carro, de comprar uma casa, você vai reduzir o nível de atividade."

Problemas com derivativos cambiais se resolvendo

Do fim de setembro até o fim de outubro, as posições em derivativos cambiais que deram prejuízos a algumas grandes empresas como Sadia e Aracruz caíram mais da metade no Brasil, calcula o presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), Alfredo Neves Penteado Moraes. Segundo ele, praticamente todas as empresas examinaram sua exposição cambial e tomaram providências para reduzir o risco.

Volume na Bovespa

Volume Negociado R$ 3.280.712.768,00
Qtde de Negócios 301.103

Teve pouco negócio ontem. Qual análise a gente pode escolher:

1. Com esta queda toda, e não encontra comprador.
2. Não tem vendedor, acabando a força vendedora.

Você escolhe qual leitura fazer do mercado.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Mantega: efeitos da crise no Brasil são psicológicos

"Isso (a crise) acaba trazendo um contágio psicológico, não é nem no nível de operações e de crédito. A gente não pode deixar que haja esse contágio porque o empresário vai pensar que as vendas vão cair e que não vai ter crédito", afirmou Mantega, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

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Divertido e engraçado, não acham...

Apesar de que meu prejuízo não tem sido psicológico não, tem sido real mesmo, na forma de perda do valor da minha carteira.

Perda com derivativo não terá dedução no IR

É bom ser governo, nestas horas. Não perdem nunca...



As companhias que fizeram contratos financeiros com derivativos cambiais em valores além do necessário para proteger suas operações reais de comércio exterior poderão sofrer uma forte mordida tributária. A legislação do Imposto de Renda (IR) permite a dedução imediata e integral somente das perdas com derivativos que tenham função de hedge. Ou seja, que tenham sido contratados especificamente para proteção contra efeitos de oscilação de preços ou de taxas sobre ativos ou passivos da companhia. "Fora isso, o hedge é considerado especulativo", resume o consultor Luís Rogério Farinelli, do Machado Associados.

Nos casos de derivativo especulativo, portanto, a eventual perda não poderá ser descontada integralmente no cálculo do IR. Nesses casos, a perda só é dedutível até o limite dos ganhos obtidos em renda variável durante o ano. A diferença deve ser somada ao lucro contábil no momento do cálculo do imposto. Na prática, paga-se 25% sobre esse prejuízo. "O problema é que durante este ano, em muitos casos, dificilmente as grandes perdas conseguirão ser superadas ou mesmo alcançadas pelos ganhos do mesmo período", diz o consultor.

Derivativos

Este mercado de derivativos, é muito perigoso mesmo.
Mas é também extremamente incompreedido. Geralmente ouço comentários como abaixo, extremamente preconceituosos e depreciativos.

Aliás, comprar matéria-prima, produzir na esperança de vender também é especular.
E o mercado de derivativos é muito interessante e importante para o funcionamento da economia. Mas é claro o risco deve ser administrado com cautela. O que me espanta também é que na atual crise com derivativos no Brasil, as operações parecem ter sido feitas em mercado de balcão, diretamente entre empresas e bancos. Assim não temos visibilidade, nem transparência.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o governo não pretende estatizar bancos, mas que poderá, sim, ficar com ações de instituições privadas como garantia, caso precise socorrer financeiramente alguma delas. Logo depois de votar ontem pela manhã na cidade de São Bernardo do Campo, Lula criticou duramente empresas e bancos brasileiros que, segundo suas palavras, transformaram a economia real em jogatina e quiseram ganhar dinheiro sem produzir um botão ou cabeça de alfinete. O presidente se referia a empresas e bancos que fizeram operações com derivativos antes da forte alta do dólar e que agora têm sofrido prejuízos milionários ou até bilionários, trazendo de vez a crise de crédito para o terreno doméstico.

Bancos

Se você queria ser banqueiro, sua chance pode estar chegando...



A edição da Medida Provisória 443, que autoriza o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal a adquirirem bancos privados colocou em pauta pelo próprio governo a expectativa de que a crise financeira vai acelerar a consolidação bancária.

"Os bancos estão tremendamente baratos. O BB vai aproveitar as oportunidades", disse o dono de um banco de pequeno porte. De fato, se os grandes do mercado como Bradesco e Itaú estão sendo negociados por pouco mais de uma vez e meia o valor patrimonial, e o Unibanco a pouco mais do valor patrimonial, os bancos menores estão uma verdadeira pechincha.

Alguns bancos médios que abriram o capital no ano passado estão sendo cotados em bolsa por metade do valor patrimonial. É o caso do ABC Brasil (35%), BicBanco (33%), Daycoval (58%), Indusval (58%), Panamericano (53%), Paranabanco (35%), Pine (48%) e Sofisa (53%).

Segundo relatório divulgado pela agência de rating Fitch, sexta-feira, "os bancos de médio e pequeno porte , alguns dos quais aumentaram significativamente suas bases de capital, não desfrutam da mesma franquia de seus concorrentes de maior porte e podem ser alvos de consolidação, principalmente em caso de queda pronunciada da economia local e escassez de funding oriunda da aversão ao risco".

FIDC's

Fundo de investimento em Direitos Creditorios. É o que se chama no mercado de securitização.
Uma empresa, por exemplo, possui uma carteira de recebíveis. Através de um banco, vende estes direitos no mercado, recebendo antecipadamente os recursos. Quem compra ganha o deságio do contas a receber e os juros.

Geralmente não vendem para pessoas físicas, mas se você é aplicador em fundo de investimento, talvez seja melhor você dar uma olhada se papéis este tipo está na composição do seu fundo.


Dois fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC) foram colocados em observação negativa por duas agências de ratings. Esses instrumentos são bastante usados por instituições financeiras para captação de recursos por meio da securitização de contratos de empréstimos.

A Fitch Ratings afirmou que está reavaliando o Rating Nacional de Longo Prazo AA(bra) do Credibel Fundo de Investimento em Direitos Creditórios II - Veículos (Credibel FIDC II). O fundo era lastreado por contratos de financiamento de veículos usados por parte do Banco Credibel, cujo montante nominal inicial era de R$ 56,0 milhões.

De acordo com comunicado da agência, ação reflete "a incerteza quanto ao esforço contínuo de cobrança dos direitos creditórios transferidos ao fundo, já que o banco tomou a decisão estratégica de não mais atuar no segmento de financiamento de veículos, diretriz posta em prática em setembro deste ano".

Além desta medida, o Credibel reduziu seu quadro de funcionários, disse a Fitch, o que pode implicar "menor eficiência no gerenciamento de dados e informações em geral". O Credibel é o agente de cobrança de créditos inadimplentes do fundo.

"Mesmo que o banco continue afirmando que os processos de cobrança permanecerão inalterados, a Fitch entende que a decisão do Credibel de não mais atuar neste setor e as medidas internas subseqüentes mudam o foco de atuação do banco e propor- cionam menor incentivo à ade- quada cobrança dos créditos".

Já a Standard & Poor's colocou a nota brAf do Link Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (Link FIDC) em avaliação com implicações negativas, ou seja, podem levar ao rebaixamento ou à reafirmação do rating. A principal razão da colocação da nota em revisão, segundo a agência, "foi a constatação de que o volume de direitos creditórios em carteiras sem a análise prévia da Standard & Poor's excedeu o limite de 7% do patrimônio líquido do fundo".

e os juros, hein...

Na reunião que está sendo considerada de antemão a mais difícil, controversa e longa dos seus 12 anos de existência, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central irá interromper depois de amanhã o movimento de alta da taxa Selic iniciado em abril, acredita a grande maioria dos economistas ouvidos pelo Valor. Em suas últimas quatro reuniões, o juro básico foi elevado de 11,25% para 13,75%. A crise externa, que já atingiu em cheio o Brasil, impedirá o BC de prosseguir apertando a política monetária, a despeito dos possíveis efeitos da alta do dólar sobre a inflação.

Bancos pequenos e seus problemas

Olha os indicadores da crise no sistema financeiro.
Será que as autoridades do governo brasileiro demoraram a tomar atitudes preventivas.


A partir desta semana, com a divulgação do balanço dos bancos do terceiro trimestre, será possível ter um quadro mais detalhado do impacto do aperto da liquidez no sistema financeiro. Mas os dados de agosto, antes do recrudescimento da crise, que entraram nesta semana no site do Banco Central (BC) já mostravam a ponta de um iceberg.

De julho para agosto, enquanto os grandes bancos aumentavam a captação em depósitos, os pequenos mostravam estabilidade ou queda; raros conseguiram atrair mais dinheiro.

O grande beneficiado pela busca dos investidores por segurança foi o Banco do Brasil (BB) cujos depósitos totais aumentaram 5,5% em apenas um mês, de julho para agosto. Os grandes bancos privados também se saíram bem. Os balanços não consolidados do Bradesco e do Itaú mostram a expansão dos depósitos totais de 3,5% e 3,7%, respectivamente, no mesmo espaço de tempo, de acordo com os balanços não consolidados.

De uma amostra de 12 bancos médios, um terço - BBM, BicBanco, Cruzeiro do Sul e Panamericano - conseguiu aumentar os depósitos totais de julho para agosto. Mas, em todos os outros casos os depósitos ficaram estáveis ou apresentaram quedas. Procurados pelo Valor, os bancos cujos depósitos diminuíram não quiseram dar entrevista. Alguns deles estão em período de silêncio pela proximidade da divulgação do balanço.

domingo, 26 de outubro de 2008

Ações americanas

Este estudo aponta que as ações podem continuar caindo, utilizano o índice Price-to-Earnings.
Supõe retorno do preço das ações para os níveis históricos do P/E.



Company

One-Year Decline

Further Decline From Current Levels With P/E of 8

Yahoo! (Nasdaq: YHOO)

(51%)

(56%)

Apple (Nasdaq: AAPL)

(40%)

(60%)

Bank of America (NYSE: BAC)

(48%)

(62%)

Adobe (Nasdaq: ADBE)

(39%)

(56%)

Starbucks (Nasdaq: SBUX)

(60%)

(52%)

Pfizer (NYSE: PFE)

(27%)

(37%)

Schlumberger (NYSE: SLB)

(52%)

(33%)

CEO's e outros tipos de presidentes


Coisas de norte-americanos. Gostam de um título de cargo. Só como exemplo, a GM tem cerca de doze presidentes. Inventaram agora o tal de "Chief Peoples Officer". Bom, na verdade um diretor de RH. E tem os já tradicionais, CFO, COO, CIO...

Este tipo de atitude, em tempos de vacas magras, oferece um caminho para valorizar o empregado, sem precisar apelar para aumentos tão grandes na remuneração. E o empregado fica com a sensação boa de estar caminhando na careira.

Mas esta estratégia deforma a hierarquia da empresa.
Outro detalhe é que existem executivos que apreciam bastante a liturgia do cargo. Especialmente aqueles centralizadores.

Eu, pessoalmente, prefiro pensar que os empregados se dedicam a empresa. Porque chefes podem chegar ou sair, enquanto a empresa deve permanecer, e espero que o emprego também.

Crise de 1929

Antes que você ache que a situação está ruim hoje, vale a pena olhar o que aconteceu em 1929.

A década de 1920 tinha sido um época de boom econômico, o que levou o FED a elevar os juros na época. Aí o setor de construção, e outros setores sensíveis a juros, reduzem sua atividade economica.

Em outubro de 1929, o preço das ações começa a cair. Isto traz insegurança ao povo americano, que para de consumir. Consumo de duráveis, como automóveis cai fortemente.

Entre 1930 e 1933, cerca de 9.000 bancos vão a falência nos USA, desestruturando totalmente o setor financeiro. Correntistas dos bancos ficam com a sensação de que guardar dinheiro embaixo do colchão é mais seguro do que no Banco. A quantidade de dinheiro em circulação cai, assim os USA vêem uma espiral deflacionária. É nessa época que o governo americano abandona o padrão-ouro, como forma de injetar liquidez na economia.

Taxa de desemprego vai a 25%, contra 3% nos anos anteriores a crise.
O PIB americano encolheu 45% entre 1929 e 1933.
O indice Dow Jones caiu de um pico por volta de 380 pontos, para cerca de 200 pontos.

Alta do cambio e dos juros

O estudo abaixo da Economática não inclui Petro e Vale.
Acabou a mamata do dinheiro barato em dólar.
Notícias ruins em mercado podre, cada hora parece pior ainda mais. Já tem ingrediente de sobra para 2009 ser um péssimo ano.


Com a alta de 20% da moeda americana no terceiro trimestre, a expectativa é que as despesas com juros e câmbio batam facilmente em R$ 17,067 bilhões, montante que deve consumir 71% do lucro operacional (da ordem de R$ 24 bilhões) das empresas abertas. O lucro operacional é o ganho obtido na atividade-fim da empresa, antes do pagamento de tributos, juros e dos dividendos aos acionistas.
"Se essa previsão se confirmar, vai ser um desastre. Para metade das empresas, o pagamento das despesas financeiras vai levar ao prejuízo. Teremos uma maré vermelha nos balanços do terceiro trimestre. E não falamos até agora do avanço das aventuras com derivativos. Nossas projeções foram feitas com base nos últimos trimestres, quando essas aventuras ainda eram menores", disse Fernando Exel, presidente da Economática, que já vê essa tendência nos primeiros balanços divulgados.

sábado, 25 de outubro de 2008

Unibanco

A decisão do Unibanco (UBBR11) de publicar uma prévia dos resultados do terceiro trimestre nesta sexta-feira (24) assustou investidores e, na opinião da equipe da Banif Securities, foi um erro. As units do banco chegaram a recuar 20% durante a sessão. O resultado estava previsto para o dia 6 de novembro.

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Aproveitaram e anunciaram que dobrariam o programa de recompra de ações, passaram para 10 milhões de units.
Preços lá embaixo, queda de 40%, não tem ninguém comprando mesmo.

Sadia

Será que ainda tem exposição a risco de variação cambial.

Os investidores querem entender o que a empresa já liquidou e o que ainda mantém das operações arriscadas - se ainda tiver tais contratos. Passado quase um mês do anúncio do problema, começa a surgir um mal-estar sobre a possibilidade de a empresa ainda estar expostas aos derivativos apelidados de "tóxicos", em função do risco embutido. Questionada, a assessoria de imprensa informou que a Sadia só comentará o tema junto com os resultados, no dia 30.

Aracruz

Solicitaram prazo de 15 anos, que alongamento do prazo da dívida, hein.
De fora, apenas olhando, posso apenas sentir pena da empresa e dos investidores.



Em reunião ontem com 13 bancos credores em derivativos, a Aracruz propôs fixar um câmbio único para fechamento dos contratos. A empresa propôs uma cotação que vai de R$ 2,00 a R$ 2,10 e sugeriu o alongamento do prazo de vencimento da dívida para até 15 anos, além de descontos no valor de face que podem ser de 30% para determinados contratos.

Os bancos em conjunto não aceitaram a proposta da empresa e pediram que a compra do dólar futuro pela Aracruz seja feita a preços de mercado. Os leilões de swap cambial do Banco Central, que na prática significam venda no mercado futuro de dólar, ajudam neste sentido, afirmaram.

Os bancos reafirmaram que aceitam alongar a dívida, mas não para prazos tão longos. Disseram novamente que se recusam a aceitar qualquer desconto no valor da dívida. No total, a empresa tem exposição vendida em dólar de US$ 6,26 bilhões - US$ 4,1 bilhões em "target forward" (com alavancagem de dois para um) e US$ 2,16 bilhões em derivativos vinculados a pré-pagamentos à exportação.

Voto de confiança

Os investidores dos fundos de ações da GWI Asset Management, congelados desde 8 de outubro por fortes perdas, decidiram ontem, em assembléia geral extraordinária, pela manutenção das operações do GWI FIA e GWI Classic FIA. Em comunicado, a gestora comandada pelo coreano Mu Hak You informa apenas que as carteiras "reabrirão normalmente para captações e resgates em 16 de dezembro'. A GWI continua como gestora e a BNY Mellon como administradora dos dois fundos, continua o comunicado.

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Tem fundo do GWI com perda de 96% no valor da quota. Praticamente virou pó.
Quem ainda está investido nestes fundos não tem muita opção, já perdeu quase tudo mesmo. Mas é difícil acreditar que ainda seja possível recuperar o capital investido.

Renda Fixa

quem aplica em renda fixa também pode estar perdendo dinheiro, com a subida dos juros dos últimos dias. Até aquele pessoal que entra no tesouro direto pode ter amargado alguma perda.

Acho que para não perder, só ficando nos CDB's. Atenção para o limite do Fundo garantidor de crédito.

Outro detalhe importante: aquele que aplica em fundos, não tem cobertura do fundo garantidor de crédito.

Indo embora

Dólares saindo do Brasil, pra voltar sabe-se lá quando.

No mercado de câmbio, em outubro, até o dia 21, déficit de U$3,3 bi.
Na bolsa, saída de US$4,4 bi. Em setembro, houve saída de US$1,9bi. A Bovespa gira cerca de R$bi por dia, esta saída nem parece tanta coisa assim.

off-topic

Assim não pode, assim não dá. Todos os tipos de comida que eu mais aprecio com problema de higiene em SP.
Acho que vou ter de comer pizza torrada e carne esturricada.



Pizzarias lideram ranking de falta de higiene no Estado
Vigilância constatou falhas em manipulação de alimentos em 31% das casas visitadas

Churrascarias (19%), pastelarias (14%) e padarias (13%) vêm a seguir; foram visitados em 2005 e 2006 467 estabelecimentos

Como o governo foi mudando de idéia

"As empresas podem acertar sua situação com os bancos e levar sua vida adiante. O governo não vai cobrir o prejuízo, nem um tostão"
GUIDO MANTEGA
ministro da Fazenda, em 21 de outubro

"Se tivermos recursos (...), acho correto oferecer crédito para ajudar as empresas a equilibrar seus fluxos de caixa"
PAULO BERNARDO
ministro do Planejamento, no dia 16


"Nós estamos trabalhando intensamente para acelerar a solução desses casos. E conseguiremos fazer isso de maneira muito bem-sucedida"
LUCIANO COUTINHO
presidente do BNDES, ontem

só isso...

Estou ficando mal acostumado, só vejo cifras acima de centenas de bilhões de dólares.

E estes US$200bi de reservas que temos, parece uma gota de água no oceano, não...


Depois de nacionalizar os três maiores bancos e com as perspectivas de forte contração econômica nos próximos meses, o governo da Islândia acertou um empréstimo de US$ 2,1 bilhões com o Fundo Monetário Internacional.
Segundo o primeiro-ministro islandês, Geir Haarde, o objetivo é restaurar a confiança na economia do país, estabilizar a moeda e reestruturar o sistema bancário.
O governo islandês negocia ainda mais US$ 4 bilhões com outros países, segundo o chefe da missão do FMI que negociou o acordo, Paul Thomsen. Especula-se que a Islândia esteja negociando com a Noruega, os Estados Unidos e a Rússia. Ele disse ainda que a economia do país deverá se contrair em até 10% no ano que vem.
"A Islândia elaborou um ambicioso programa econômico que visa restaurar a confiança no sistema bancário, estabilizar a coroa islandesa [a moeda local] e ajudar o país a atingir consolidação fiscal no médio prazo", disse, em comunicado, o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.
A crise islandesa foi detonada depois que os bancos do país não conseguiram obter financiamento de curto prazo -o que colaborou para o colapso da moeda local, que já perdeu mais da metade do seu valor neste ano. Os três grandes bancos da Islândia tinham, juntos, uma dívida de US$ 61 bilhões, cerca de três vezes o PIB (Produto Interno Bruto) de 2007 do país de aproximadamente 300 mil habitantes.

Seguros

O Unibanco confirmou ontem que fez uma proposta para comprar a parte da americana AIG em sua seguradora, como adiantou a Folha. O banco apresentou a proposta à nova direção da AIG, que teve injeção de capital de US$ 85 bilhões e está sob intervenção nos EUA. "Somos a parte mais interessada na participação da AIG. Há uma oferta colocada, mas nosso sócio agora é o Fed [BC dos EUA]. Tem muita burocracia envolvida. Vamos ter prazer em anunciar essa compra quando a gente vencer essas etapas em uma companhia em processo de recuperação", afirma Geraldo Travaglia, vice-presidente do Unibanco.

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Ufa, um alívio para minhas apólices de seguro do carro e da minha casa.
Pelo menos por enquanto, saio de baixo da sombra da AIG. Mas o desempenho das ações do UBBR11 por aqui também não muito animadoras.

"Paremos de piadas", afirma Meirelles

Durante palestra a investidores nos Estados Unidos, presidente do Banco Central diz que a situação é "muito, muito séria'

Para Meirelles, Brasil "tem sido, até agora, um estabilizador, junto com outros emergentes," durante a crise globa.

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Então tá bom, mas não fui eu que comecei com a história de surfar na marolinha....

Soft Power

Joseph Nye, professor da Universidade de Harvard cunhou o termo.
Seria a capacidade de países exercerem seu poder de influência através da diplomacia, e não através do poderio militar.

Os USA detém poder militar inigualável, e ainda têm considerável poder econômico. Mas o eixo do poder econômico está se deslocando, para o oriente. Mais um indício de um possível fim da soberania americana sobre o mundo.

E o Brasil, que papel vai desempenhar neste cenário.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Argentina

Aracruz

Na Folha, reportagem citando o fato de que as receitas de exportação podem ajudar a Aracruz, contra a posição vendida em dolar onde a empresa ficou posicionada. Mas é muita venda, o total da exposição é de US$ 6bi.


Segundo a Folha apurou, a Aracruz tenta negociar um alongamento dos prazos de liquidação dos contratos. A empresa está levantando sua situação para apresentar um prazo mais adequado para as liquidações mensais. Atualmente, esses contratos estão com vencimentos diluídos nos próximos 12 meses. Os bancos acenaram com essa solução.
A avaliação é que, fora a situação do balanço gerada pela exposição cambial, a situação operacional é relativamente tranqüila. A mesma elevação do dólar poderá ser benéfica no futuro. A Aracruz é uma grande exportadora e poderá elevar suas receitas ao longo do tempo.

Samsung

Relatou queda de 44% nos lucros do terceiro trimestre.

Duras condições de mercado para o setor de tecnologia e de chips para computador.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Portos brasileiros terão ação em bolsa, diz Brito

O governo brasileiro planeja abrir o capital com o lançamento de ações de alguns de seus principais portos na bolsa de valores, com o objetivo de ampliar a participação do setor privado na área de infra-estrutura, segundo afirmou ontem o ministro dos Portos, Pedro Brito .

"O plano de IPOs [ofertas iniciais de ações, da sigla em inglês] é parte da necessidade de elevar a visão profissional nos portos...", afirmou o ministro.

"Nós precisamos que os administradores dos portos tenham fluxo de caixa adequado, independentemente do governo", disse Brito em entrevista à Reuters.

O ministro acrescentou que os portos de Santos (SP) e de Rio Grande (RS) podem ser os primeiros a terem papéis lançados no mercado e conseguirem a captação dos recursos do setor privado.

Pedro Brito também declarou que espera que cerca de R$ 19 bilhões sejam investidos nos portos brasileiros pelo setor privado -ainda que a turbulência financeira internacional possa arrastar o período do investimento para quase cinco anos.

Prêmio do CDS sobe 153,8%.

Desde setembro, com o agravamento da crise, o prêmio do risco-Brasil medido pelo CDS de cinco anos apresentou aumento de 153,81%, fechando em 329,70 pontos básicos no dia 20 de outubro.

Na prática, o CDS funciona como um seguro contra eventuais perdas com papéis da dívida. O CDS e o Embi+ Brasil são considerados os principais termômetros da confiança dos investidores na economia. O Emerging Markets Bond Index - Brasil (Embi+ Brasil) é um índice que reflete o comportamento dos títulos da dívida externa brasileira, referência para avaliação da capacidade de um país honrar suas dívidas. Ele corresponde à média ponderada dos prêmios pagos por esses títulos em relação a papéis de prazo equivalente do Tesouro americano. A cada 100 pontos expressos pelo risco-Brasil, há uma sobretaxa de 1% sobre os papéis dos EUA.

China fecha fábricas de brinquedos

Metade das fábricas de brinquedos do Delta do Rio das Pérolas, no sul da China, fechou desde o início de 2008 e metade das que sobraram deverá seguir o mesmo caminho nos próximos dois anos, segundo a entidade que representa o setor.

Apesar de alarmante, a saída da região de produtores de brinquedos, tecidos e calçados começou muito antes do agravamento da crise mundial e responde a uma política deliberada do governo de se livrar da indústria de baixo valor agregado e abrir espaço para setores de alta tecnologia, menos poluentes que consumam menos energia e matérias-primas.

"Nós temos a política de esvaziar a gaiola para a entrada de novos pássaros", afirmou o vice-governador da Província de Guangdong, Wan Qingliang, em um encontro com jornalistas estrangeiros no início deste mês, relatado pela agência de notícias AP. "Nosso objetivo é transformar o Delta do Rio das Pérolas na principal região para a manufatura moderna."

Brasil acertou ao não privatizar, diz ministro

O ministro da Previdência Social, José Pimentel, disse ontem que o Brasil "acertou" ao não seguir as "orientações do FMI" aos países da América Latina, nos anos 90, para que privatizassem seus sistemas de previdência. Segundo o ministro, a maioria dos países latino-americanos que optaram por seguir o regime de capitalização das aposentadorias, mais usado por fundos privados, estão tendo de voltar atrás.

O comentário se referiu às notícias de que o governo argentino pretende acabar com o regime de previdência privada. "O Brasil resistiu e hoje é fonte de parâmetros para os ajustes que nossos vizinhos estão fazendo nas distorções dos seus regimes", afirmou Pimentel.

Ele lembrou que, no modelo brasileiro, além da previdência pública - gerida pelo governo, por meio do INSS, em regime de repartição (quando a atual geração de trabalhadores contribui para o pagamento da geração aposentada) - há a alternativa da previdência privada, com base em fundos de pensão, que complementam a aposentadoria básica e são opcionais.

A Argentina criou um sistema em que os trabalhadores devem optar entre receber pensão do Estado ou contribuir para um fundo de pensão, onde cada um contribui para sua própria aposentadoria no futuro.

Quem não especifica por escrito que deseja ir para o sistema estatal passa obrigatoriamente para o privado. Desde o início do ano, os fundos privados teriam sofrido perdas de 40% por causa da crise.

O Chile, que tem o mesmo modelo da Argentina, também enfrenta perdas. Algumas aposentadorias tiveram de ser adiadas. "Nesses países, os fundos estão mais expostos a risco, com 60% a 70% das aplicações em renda variável", diz o vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Carlos Guerra. "No Brasil, por lei, o máximo é 49%, e as empresas não costumam ultrapassar 10%."

Entre as barganhas e o apocalipse, as oportunidades

Apesar da magnitude da crise atual, é incorreto compara-la à que o mundo viveu em 1929, pois há características extremamente diferentes no presente contexto econômico. Este breve texto não pretende discorrer sobre as crises mundiais, nem emitir opiniões sobre as comparações que vêm sendo amplamente propagadas. Também não trataremos das recentíssimas medidas anunciadas após a reunião do G-20 e os suspiros que provocaram - até porque as medidas ainda não devem bastar para reaquecer a economia, mas servem para dar fim ao descrédito que atingiu o setor financeiro e destravar o mercado de crédito.

O objetivo principal aqui é apresentar os principais riscos e oportunidades neste momento em que a irracionalidade contamina os pregões mundiais e acaba evidenciando algumas barganhas únicas, disponíveis apenas numa megaliquidação desordenada de ativos.

As notícias veiculadas na mídia são extremadas, com raras e honrosas exceções. Da mesma forma que víamos leigos e experts em finanças nos tempos de maior otimismo, agora vemos pessoas descrentes e fotos de gente assustada que prevê o apocalipse. Está tudo em risco mesmo, até os títulos emitidos pelos maiores bancos do mundo. Não poderia ser diferente no caso do mercado acionário. Importante, no entanto, é calcular o tamanho do risco, tarefa mal-sucedida para os leigos e minoritários, que acabam vendendo na baixa e pagando a conta de quem alia a preceitos técnicos os fundamentados.

Os bancos brasileiros, além de lucrativos e eficientes, são muito diferentes dos americanos: aqui só temos bancos comerciais, que são bem controlados pelo Banco Central (BC). Além do mais, nossos bancos têm dono, e por isso estão pouco alavancados, em grau cinco vezes menor que os bancos de investimento dos EUA. Acrescentando-se as medidas de socorro aprovadas recentemente pelo BC, não há dúvida de que o sistema financeiro brasileiro vive um momento diferente, de maior solidez. É claro que existe um contágio da crise mundial, mas num ambiente mais saudável.

Despesas e câmbio levam Net a prejuízo no terceiro trimestre

A operadora de TV por assinatura e banda larga Net Serviços encerrou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 63,9 milhões. No mesmo período do ano passado, a companhia havia registrado um lucro de R$ 50,7 milhões.

Além do crescimento das despesas operacionais, a valorização do dólar ante o real acabou prejudicando os resultados financeiros da companhia, levando-a ao prejuízo.

No período entre julho e setembro, a Net obteve receita líquida R$ 947,9 milhões, o que significa uma expansão de 27,3% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

O custo dos serviços prestados e produtos vendidos subiu 25,4%, para R$ 564,3 milhões. Segundo a empresa, as despesas com vendas avançaram mais, 73%, para R$ 133,5 milhões. A Net atribuiu a alta apenas ao "aumento expressivo das vendas de todos os produtos nesse trimestre".

No quesito financeiro, a empresa registrou um resultado negativo de R$ 113,7 milhões, ocasionado pelo efeito da valorização do dólar sobre a dívida em moeda estrangeira. A Net fez questão de salientar, porém, que não realizou "nenhuma operação de risco no mercado cambial" e que o montante divulgado não tem efeito caixa, mas apenas contábil.

Construtoras com caixa recompram ações

As empresas de construção estão aderindo ao movimento de recompra de papéis, reforçado após a crise financeira. Apesar da falta de liquidez do setor, quem tem dinheiro em caixa aproveita para sinalizar ao mercado que os papéis estão com desconto exagerado e que considera o próprio negócio como a melhor opção de investimento. Depois da Eztec, Trisul e JHSF, ontem foi a vez da PDG Realty anunciar o seu programa - a primeira grande do setor a aderir ao movimento.

O aumento do uso da recompra é uma resposta tradicional das empresas ao desempenho negativo da bolsa - o setor de construção tem sido um dos mais prejudicados pela recente queda - e uma tentativa de ajudar a sustentar o preço. Depois da aceleração da crise, no dia 15 de setembro, mais de 20 empresas já anunciaram recompra de ações, entre elas gigantes como a Vale. A recompra também indica dinheiro em caixa, algo raro no setor de construção no cenário atual de restrição de crédito. As empresas do segmento têm grande necessidade de capital de giro para dar andamento às obras.

Tanto JHSF, quanto PDG Realty pretendem comprar o valor máximo permitido pela CVM, de até 10% das ações livres para circulação. Ambas têm intenção de recomprar cerca de 8 milhões de ações. Já a Trisul encerrou um programa anunciado em abril e já reabriu outro em que também vai comprar até 10% das ações ON em circulação. A Eztec foi a primeira a anunciar que compraria as próprias ações, no início de setembro, e já retificou a operação de aquisição de 1,9 milhão de papéis.

As ações da PDG Realty caíram 52,7% no ano e 12,6% desde a oferta pública. A JHSF caiu 72,3% desde a abertura de capital, a Trisul recuou 75,2% e a Eztec, 79,9%. "As atuais cotações não refletem o valor justo da empresa e ao recomprarmos geramos um benefício a todos os acionistas", diz Eduardo Câmara, diretor de relações com investidores da JHSF. "É o melhor negócio que eu tenho para fazer com o meu caixa", afirma Zeca Grabowsky, presidente da PDG. "Os resultados do mundo real estão descolados do preço da ação."

Alemanha pressiona para incluir Suíça na "lista negra" dos paraísos fiscais

A Suíça deve ser colocada numa lista negra internacional de paraísos fiscais. A proposta foi feita pela Alemanha ontem, aumentando a pressão sobre a praça financeira helvética e ameaçando outros centros financeiros que vivem graças a evasão fiscal.

"A Suíça oferece condições que atraem os contribuintes alemães a praticar evasão de imposto", acusou o ministro alemão de finanças, Peer Steinbrück. Um dos maiores centros mundiais de gestão de fortuna, a Suíça não considera crime o dinheiro originário de evasão fiscal depositado em seus bancos.

"A concorrência fiscal desleal às custas de outros não pode ser rentável para nenhum Estado nem centro financeiro", destacaram ministros de 17 países em comunicado, após uma reunião em Paris da qual desistiram de participar Suíça, Áustria e Luxemburgo, todos com fortes segredos bancários.

Empresas negociam com fornecedor e factoring para superar falta de crédito

Apesar dos esforços do governo para aumentar a liquidez da economia, as empresas ainda ontem reclamavam das dificuldades de obter crédito dos bancos, especialmente de linhas de financiamento do comércio exterior (ACC e ACE). A maior parte das indústrias se queixa do alto custo, do rigor e dos limites dados na concessão de crédito. Empresas têxteis e moveleiras, que apresentam há alguns anos dificuldades nos seus resultados, principalmente pelo câmbio desfavorável às exportações, estão sentindo ainda mais o aperto.

De acordo com o diretor de exportação da Teka, Marcello Stewers, o acesso às linhas de crédito melhorou um pouco em relação à semana passada, mas ele diz que o mercado ainda está "extremamente seletivo". Segundo ele, é preciso consultar a três ou quatro bancos, ao longo do dia, para realizar operações como desconto de duplicatas; e as taxas continuam bem altas. Antes da crise, disse, a consulta envolvia um ou dois bancos e o custo por essa operação era de CDI mais 0,60 ao mês. Agora, vai de CDI mais 1% a CDI mais 1,20%

Taxas vão a 150% do CDI para empresas

Com a escassez de crédito bancário, as empresas estão tentando buscar recursos a qualquer custo no mercado de capitais. As taxas foram para as alturas e os prazos caíram, em alguns casos, para apenas 90 dias. As emissões de notas promissórias, papéis de curto prazo, são as mais procuradas pelas companhias, por serem de rápida estruturação. Apenas nesta semana, três novas operações estão no mercado. Somam R$ 730 milhões e prometem rentabilidade que beira os 150% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI).

As debêntures também atraem novas empresas. Ontem, a CPFL pediu autorização para captar R$ 100 milhões. As taxas do mercado, porém, estão na casa dos 130% do CDI e os prazos caíram para 3 anos, em média. Em meio ao estresse causado pela crise financeira, os investidores, como fundos de pensão e gestoras de recursos, continuam exigindo alta rentabilidade para comprar os papéis privados.

Há pouco mais de um ano, era raro uma emissão de debêntures superar 110% do CDI. Em alguns casos, com boa classificação de risco, as emissões ficavam na casa dos 104% do CDI, para papéis de cinco ou sete anos. Nas notas, a CPFL Energia, por exemplo, captou R$ 450 milhões em maio de 2007 pagando apenas 102% do CDI.

A Eliane, fabricante de cerâmicas de Santa Catarina, acaba de pedir autorização na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para emitir R$ 40 milhões em notas promissórias. A remuneração oferecida é de 140% do CDI para papéis com prazo de 180 dias.

Aracruz negocia seus derivativos

A Aracruz está chamando os bancos para negociar suas posições em derivativos, que totalizam uma exposição vendida em dólar (comprada em reais) de US$ 6,26 bilhões segundo seu balanço. De acordo com a Moody's, a empresa tinha, além do divulgado "target forward" de US$ 4,1 bilhões (com alavancagem de dois para um), uma soma de outros US$ 2,16 bilhões em derivativos vinculados a pré-pagamentos à exportação.

Quem está responsável pelas conversas entre a empresa e os bancos é Pércio de Souza, sócio diretor da Estáter, butique de fusões e aquisições. Segundo o Valor apurou, fizeram transações de derivativos com a Aracruz diversos bancos, entre eles o Credit Suisse, a Merrill Lynch, o Itaú BBA, o Citi e o ABN AMRO/Santander.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Tóquio despenca 6,8% após desvalorização do euro

A Bolsa de Tóquio registrou forte queda, depois que uma súbita desvalorização do euro provocou a venda de ações das empresas exportadoras. Além disso, as preocupações com a redução dos lucros prejudicaram particularmente os papéis do bancos. O índice Nikkei 225 perdeu 631,56 pontos, ou 6,8%, aos 8.674,69 pontos.

As informações são da Dow Jones

Problemas a vista

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

ADR Petro

Symbol
Last Trade
16:01 21 Oct
NYSE
Only Close
21 Oct 08
ChangeVolume
PBRA$ 21.9521.95-1.80 (-7.58%)13,469,355




Derrubado preço em 7,58% da Petrobras em New York

Preço equivalente em R$:
$21,95 x R$2,26 / 2 = R$24,80

Preço de fechamento no Bovespa: R$25,00

Quando vi a queda , achei que o preço tinha tido forte queda. Mas os americanos apenas compensaram a variação na taxa de câmbio local. Hoje o dolar, por aqui no Brasil, teve forte alta de mais de 6,5%, apesar dos esforços do banco central vendendo dolar no mercado.

Nasdaq

Só pra eu não reclamar da queda do Ibov de hoje:

Mais más notícias vindas da terra do Tio Sam

Caterpillar, aquela dos tratores e máquinas de terraplanagem, declarou queda nas receitas. Pra completar, ainda afirma que é "a pior situação me anos".

Kirk Kerkorian começou a vender sua participação na Ford, coisa de 7,3 milhões de ações. Óbvio, vai vender com prejuízo, e claro que a GM e a Chrysler vão acabar caindo de preço também.

A Dupont também declarou queda nas vendas neste terceiro trimestre.

Com tanto notícia ruim, o Dow só pode cair. E vai levando o Ibov junto.

Yahoo!

Anunciou demissão de 1.400 postos, cerca de 10% do total.
Tudo para reduzir os custos. Vendas de $1.786, para gerar um lucro de $54.
O negócio de publicidade on-line deu uma parada.

E aí, será que deviam ter vendido tudo pra Microsoft.

Por aqui, a gente recebe mais esta noticia ruim, mais força para derrubar o Ibov.

Dow Jones

Chart for Dow

Pra cima, pra baixo, pra cima, pra baixo. Acabou em queda de -2,5%.

Mercado bem nervoso, tudo meio perdido e confuso.

Alguém leu...

.. o Valor Econômico de hoje?

COMUNICADO AO MERCADO

A respeito da matéria “VCP quer “limpar” balanço da Aracruz” veiculada no jornal Valor Econômico, edição de 21/10/08, Caderno Eu&Investimentos (página D4), o Unibanco – União de Bancos Brasileiros S.A (“Unibanco”) vem a público esclarecer que não realizou quaisquer operações de derivativos com a empresa Aracruz, o que inclui operações de derivativos conhecidas como “target forward”. Solicitamos ao mercado desconsiderar a informação erroneamente veiculada. A nossa área de relações com investidores está à disposição para esclarecimentos adicionais. Esta nota foi arquivada junto a Bovespa, Comissão de Valores Mobiliários, Securities and Exchange Commission, bem como disponibilizada no nosso site de relações com investidores.


São Paulo, 21 de outubro de 2008.

UNIBANCO - UNIÃO DE BANCOS
BRASILEIROS S.A.

UNIBANCO HOLDINGS S.A.

Aracruz e seu calvário....

A primeira condição da Votorantim Celulose e Papel (VCP) para retomar as negociações de fusão com a Aracruz será "limpar" o prejuízo dos derivativos cambiais, que levaram a um rombo inicial de R$ 1,9 bilhão nas contas da maior empresa de celulose do país. Esse valor já quase dobrou, subindo ontem para R$ 3,4 bilhões, com base no cálculo do câmbio futuro de vencimento dos contratos. "É um aumento exponencial. Quanto mais depreciar o câmbio mais cresce esta sangria", disse uma fonte que acompanha o negócio. "Enquanto a empresa não fechar as posições, a hemorragia não pára."

Fundos imobiliários

Eu praticamente só conheço o Europar, negociado na bovespa, EURO11.
Diz pagar cerca de 1% ao mes, sem imposto de renda.



Neste momento de forte turbulência nos mercados, os fundos de investimento imobiliários podem ser uma boa alternativa de proteção contra a inflação e uma forma de preservar capital, destaca o diretor de fundos imobiliários da Rio Bravo, Martim Fass, no podcast desta semana. Para o executivo, além de o fundo investir em um ativo real, o imóvel já pronto normalmente é gerador de renda cuja fonte são contratos de locação reajustados anualmente pelo IGPM.

"É basicamente um ativo real com baixa volatilidade, que é uma proteção contra a inflação nesses tempos de turbulência", afirma. Fass lembra ainda que é baixa a correlação dos preços de imóveis com ativos como bolsa e câmbio, o que torna ainda mais interessante o investimento como diversificação do portfólio. Os fundos imobiliários têm sim, segundo ele, uma relação direta com a taxa de juro real. No momento que essa cai, o valor da cota sobe e vice-versa.

Crédito para exportação

Do Banco Central para o Banco do Brasil, praticamente do governo para o próprio governo..



O Banco do Brasil foi o principal tomador das linhas de US$ 1,62 bilhão colocadas no primeiro leilão feito pelo Banco Central em moeda estrangeira para financiar o comércio exterior, realizado ontem. O BB ficou com 60% a 65% do total de US$ 1,62 bilhão, segundo o mercado. Foram aceitas propostas de quatro bancos, que equivalem a pouco mais de 80% dos US$ 2 bilhões ofertados no leilão.

Fundo Verde

Este fundo da Griffo, o Verde, sempre teve ótima reputação, eram lendários os ganhos que ele conseguiu no passado. Em dado momento, chegaram a fechar o fundo para novos cotistas, pois consideravam que não haveria como operar um fundo muito grande.

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O setor de fundos hedge, ou multimercados, será um dos grandes perdedores dessa crise internacional, no Brasil e no exterior, e deverá sofrer uma diminuição significativa, especialmente nas carteiras de retorno absoluto, que buscavam ganhar em qualquer cenário, como os long/shorts. O alerta é de um dos maiores especialistas no assunto, Luis Stuhlberger, da CS Hedging-Griffo, responsável pela gestão do lendário Verde, de R$ 11 bilhões, um dos maiores fundos hedge do mundo. O próprio Verde acumulava perda neste ano de 7,23% até dia 15, 16,25% nos últimos três meses, segundo o site Fortuna, quebrando uma tradição de invulnerabilidade que vinha desde a crise da Ásia, em 1997.

Isso tem feito Stuhlberger dedicar mais tempo a dar explicações aos clientes, organizando seguidos grupos para cafés da manhã. Mas para os que acham que ele perdeu seu toque de Midas, o gestor segue tranqüilo e lembra que, nessas horas, é preciso mostrar que se está cumprindo o mandato e que os papéis da carteira são bons. Para Stuhlberger, o mercado está cheio de pechinchas, com empresas valendo um terço do patrimônio que possuem ou metade de seu custo de reposição, casos de Cyrela ou Cosan. E que em algum momento essa crise vai passar e esse valor vai aparecer. Abaixo, os principais pontos da entrevista com Luis Stuhlberger.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Medo ou inteligência

Imagine que você está na savana africana, rodeado por hienas, leões, leopardos, não tem onde se esconder, nem tem como construir um abrigo.
Qual a habilidade mais importante: sentir medo ou ter QI de 400.

Resposta óbvia, não.

Certamente, nossa evolução privilegiou o medo, com toda razão.

Então, o medo no mercado financeiro supera, por larga margem, a racionalidade, a inteligência. Deve ser por isso que chegamos a esta queda fenomenal na bovespa.

Mas alguém podia tentar me dar um exemplo de como funciona nas altas, porque chegamos a quase 75.000 pontos na bovespa, o que me parece também um exagero.

Hipótese do Mercado Eficiente

1. As pessoas tem preferencias racionais entre os resultados que podem ser identificados e associados com o valor
2. Individuos maximizam utilidade e as empresas maximizam lucros
3. Pessoas agem de forma independente com base em todas as informações relevantes.


Na verdade, depois de assistir o mercado derreter com extrema intensidade neste último mês, não sei quem consegue ver alguma eficiência neste mercado....

Avaliação de desempenho

Esta idéia é para aqueles que trabalham em empresas que aplicam regularmente processos de avaliação de desempenho. Os itens 1,2 3 foram inspirados na edição eletronica do Wall Street Journal de hoje.

1. A Promessa
Revisões da performance supõe uma forma objetiva de avaliação que auxilia a determinar a remuneração e permite aos empregados saber onde eles podem fazer melhor.

2. Os Problemas
Esta não a experiência mais comum com revisões da performance. Inevitavelmente, avaliações são subjetivas e políticas, e cria cismas na relação chefe x empregados. A ligação entre remuneração é, na melhor das hipótese, tênue. E a noção de objetividade é absurda. Pessoas que trocam de empregos geralmente conseguem avaliações muito diferentes de seus novos empregadores.

3. A solução
Previsões de performance, em lugar de revisões da performance.
Previsões de performance são discussções reciprocamente contabilizáveis sobre como um chefe
e empregado irão trabalhar juntos de maneira mais efetiva do que fizeram no passado. Previsões solda o destino juntos. A cabeça do chefe agora entra no jogo.

Eu passei bastante tempo, mais de 20 anos, por este processo de avaliação, tanto sendo avaliado quanto sendo avaliador.

De vez em quando, aparecia uma nova idéia, como avaliação 360 graus, avaliação de competências.

As grandes empresas usam esta metodologia, afinal é impossível ao RH conhecer todos os funcionários. Então, criam uma ferramenta tipo 'One size fits all' (um tamanho serve para todos).
Questão bastante séria nas grandes empresas, que têm grandes contingentes de pessoas, com diferentes habilidades, competências e experências.

A parte que interessa, a remuneração, depende mais de restrições de budget e da saúde financeira da empresa do que da avaliação de desempenho.

P.S.: não sou psicólogo, nem atuo em RH. Mas o comentário de todos será muito benvindo.

Bela alta do Ibov

Volume Negociado R$ 5.151.343.890,00
Qtde de Negócios 270.392
+8,36%, fechando a 39.441 pontos.