Não foi só o Itaú BBA que realizou operações com derivativos de câmbio com seus clientes. O próprio Itaú vendeu em suas agências, para empresas de médio porte, produtos atrelados a derivativos de câmbio. Segundo apurou o Valor, mais de 300 clientes do segmento de "middle market" do Itaú tinham empréstimos com a chamada dupla indexação. Esses créditos não representam risco para o banco, já que têm pequeno valor, dado o porte das empresas. Mas o número indica que as operações com derivativos estavam bastante disseminadas entre empresas menores. Esses empréstimos com dupla indexação tinham um custo atrelado ao CDI, mas passavam a ser corrigidos pelo dólar se o câmbio ultrapassasse determinada taxa. Na prática, a empresa vendia ao banco uma opção de compra de dólar a uma determinada cotação. A venda dessa opção barateava o custo do empréstimo, mas, com a disparada do câmbio, todos os contratos passaram a ser corrigidos pelo dólar.
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