De grande promessa entre as empresas que abriram capital na safra recente da bolsa, a Positivo Informática se tornou uma grande frustração para os investidores. As ações da maior fabricante de computadores do País acumulam uma queda de nada menos que 90% este ano, uma das maiores entre todas as empresas listadas na bolsa. Apenas nos últimos 30 dias, a empresa perdeu mais da metade do valor de mercado.
De acordo com analistas, o comportamento dos papéis é conseqüência de uma combinação de notícias negativas e também do agravamento da crise financeira internacional. A avaliação é que, após a baixa, os papéis da companhia ficaram baratos, mas as incertezas do mercado podem inviabilizar uma recuperação no curto prazo.
A Positivo é uma das chamadas "empresas de crescimento", que vieram a mercado com a perspectiva de forte evolução nas receitas por conta do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, do emprego e da renda da população. Essa história ficou ameaçada com a crise, que deve restringir a oferta de crédito e, por conseqüência, a reduzir a venda de computadores.
A empresa também foi diretamente afetada pela alta do dólar, já que a maior parte dos componentes usados na fabricação dos equipamentos é importada, destaca o analista Alan Cardoso, da Ágora Corretora, que tem recomendação de manutenção para as ações. "Apesar de os papéis estarem depreciados, fica difícil indicar a compra antes de se conhecer os efeitos da desvalorização do real nas operações da companhia." Segundo Cardoso, o impacto da variação cambial só deverá ser refletido integralmente nos resultados do quarto trimestre da empresa, que serão apresentados no ano que vem.
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