O aumento do uso da recompra é uma resposta tradicional das empresas ao desempenho negativo da bolsa - o setor de construção tem sido um dos mais prejudicados pela recente queda - e uma tentativa de ajudar a sustentar o preço. Depois da aceleração da crise, no dia 15 de setembro, mais de 20 empresas já anunciaram recompra de ações, entre elas gigantes como a Vale. A recompra também indica dinheiro em caixa, algo raro no setor de construção no cenário atual de restrição de crédito. As empresas do segmento têm grande necessidade de capital de giro para dar andamento às obras.
Tanto JHSF, quanto PDG Realty pretendem comprar o valor máximo permitido pela CVM, de até 10% das ações livres para circulação. Ambas têm intenção de recomprar cerca de 8 milhões de ações. Já a Trisul encerrou um programa anunciado em abril e já reabriu outro em que também vai comprar até 10% das ações ON em circulação. A Eztec foi a primeira a anunciar que compraria as próprias ações, no início de setembro, e já retificou a operação de aquisição de 1,9 milhão de papéis.
As ações da PDG Realty caíram 52,7% no ano e 12,6% desde a oferta pública. A JHSF caiu 72,3% desde a abertura de capital, a Trisul recuou 75,2% e a Eztec, 79,9%. "As atuais cotações não refletem o valor justo da empresa e ao recomprarmos geramos um benefício a todos os acionistas", diz Eduardo Câmara, diretor de relações com investidores da JHSF. "É o melhor negócio que eu tenho para fazer com o meu caixa", afirma Zeca Grabowsky, presidente da PDG. "Os resultados do mundo real estão descolados do preço da ação."
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