quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Entre as barganhas e o apocalipse, as oportunidades

Apesar da magnitude da crise atual, é incorreto compara-la à que o mundo viveu em 1929, pois há características extremamente diferentes no presente contexto econômico. Este breve texto não pretende discorrer sobre as crises mundiais, nem emitir opiniões sobre as comparações que vêm sendo amplamente propagadas. Também não trataremos das recentíssimas medidas anunciadas após a reunião do G-20 e os suspiros que provocaram - até porque as medidas ainda não devem bastar para reaquecer a economia, mas servem para dar fim ao descrédito que atingiu o setor financeiro e destravar o mercado de crédito.

O objetivo principal aqui é apresentar os principais riscos e oportunidades neste momento em que a irracionalidade contamina os pregões mundiais e acaba evidenciando algumas barganhas únicas, disponíveis apenas numa megaliquidação desordenada de ativos.

As notícias veiculadas na mídia são extremadas, com raras e honrosas exceções. Da mesma forma que víamos leigos e experts em finanças nos tempos de maior otimismo, agora vemos pessoas descrentes e fotos de gente assustada que prevê o apocalipse. Está tudo em risco mesmo, até os títulos emitidos pelos maiores bancos do mundo. Não poderia ser diferente no caso do mercado acionário. Importante, no entanto, é calcular o tamanho do risco, tarefa mal-sucedida para os leigos e minoritários, que acabam vendendo na baixa e pagando a conta de quem alia a preceitos técnicos os fundamentados.

Os bancos brasileiros, além de lucrativos e eficientes, são muito diferentes dos americanos: aqui só temos bancos comerciais, que são bem controlados pelo Banco Central (BC). Além do mais, nossos bancos têm dono, e por isso estão pouco alavancados, em grau cinco vezes menor que os bancos de investimento dos EUA. Acrescentando-se as medidas de socorro aprovadas recentemente pelo BC, não há dúvida de que o sistema financeiro brasileiro vive um momento diferente, de maior solidez. É claro que existe um contágio da crise mundial, mas num ambiente mais saudável.

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