Os operadores de vendas a descoberto estão aumentando as apostas contra as ações dos países em desenvolvimento no maior grau desde março de 2007. É um sinal de que a maior alta dos mercados emergentes dos últimos 16 anos poderá murchar com a queda dos lucros. As vendas a descoberto são operações em que os investidores tomam ações emprestadas e as vendem na expectativa de que os preços vão cair, permitindo-lhes recomprá-las posteriormente a um preço menor e lucrar com a diferença.
As vendas a descoberto do fundo iShares MSCI dos Mercados Emergentes, que monitora ações de 23 países em desenvolvimento, subiram 51% em março, o maior salto dos últimos dois anos, segundo dados da Bolsa de Nova York (Nyse). As apostas contra as ações da Petrobras negociadas nos Estados Unidos alcançaram seu maior nível desde agosto de 2005. As apostas contra a fabricante de telas AU Optronics, de Hsinchu (Taiwan), dispararam para sua maior alta dos últimos oito meses. O crescimento das vendas a descoberto marca uma guinada em relação aos últimos três repiques de alta das ações dos mercados emergentes. Naqueles casos, os operadores liquidaram suas apostas. O indicador MSCI, que registrou alta de 32% em relação à maior baixa de 2009, alcançada em 2 de março, deverá cair 10% nas próximas semanas, num momento em que a queda dos lucros corrói o otimismo do investidor, disse Eric Conrads, da ING Investment Management.
"Não deixamos os problemas para trás", disse Conrads, gestor de fundo de hedge na filial na Cidade do México que administra US$ 12 bilhões em ativos dos mercados emergentes. O analista começou a apostar contra as ações dos países em desenvolvimento este mês, convencido de que os papéis atravessam uma "alta de mercado baixista".
O índice MSCI recuou 3% a partir de seu maior patamar dos últimos 6 meses, em 16 de abril, ao subir 0,3% ontem, para 629,23 pontos. O fundo iShares reproduz o desempenho do Índice MSCI e pode ser comprado e vendido como uma ação.
Gazeta Mercantil
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