Esse cenário traz algumas consequências importantes. Se antes as empresas familiares buscavam uma gestão corporativa mais independente, com conselheiros externos, agora o movimento deve ser inverso. "Acabou a era de M&A (fusões e aquisições, na sigla em inglês) e não haverá mercado para isso para os próximos dois anos", diz Werner. Isso significa que as famílias terão de voltar a se preocupar com a gestão da empresa. Os recentes acontecimentos, como as perdas com derivativos tóxicos, por exemplo, revelaram que ter conselho independente não é suficiente, afirma o executivo.
Segundo Werner, a crise deixou claro que muitos conselheiros independentes não se mostram responsáveis e comprometidos com os negócios do qual fazem parte. "Não há conselheiros independentes ou externos sérios, pois eles não estão comprometidos com o negócio, não têm qualquer risco, a não ser sua reputação", diz ele. "Mas mesmo problemas de reputação são logo esquecidos no Brasil", admite ele, que está deixando o conselho de três empresas, embora não conte quais. Na visão de Werner, o conselheiro deveria ter pelo menos 5% das ações ou um valor relevante a ponto de mostrar comprometido com a empresa. "Essa história de que os conselheiros não sabiam das operações (com derivativos tóxicos) não existe, por isso, sou a favor que de a família reassuma os conselhos."
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Muito certo. A gestão familiar tem um grande diferencial em relação a gestão profissional. O real dono do empreendimento não precisa trabalhar somente para a gestão do lucro do curto prazo.
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