segunda-feira, 13 de abril de 2009

Empresas disputam gestores seniores da área financeira

Os profissionais da área de finanças vivem um momento de ambiguidade em relação a ofertas de trabalho. A média salarial dos que ficaram desempregados na crise e conseguiram uma nova colocação está entre 15% e 20% mais baixa. Por outro lado, as empresas estão dispostas a investir pesado na migração de profissionais que julgam mais qualificados e raros no mercado, capazes de equilibrar as contas e enxugar os gastos em momentos de turbulência. Quem se manteve no mesmo cargo antes e depois da crise não sofreu alterações no salário.

De acordo com a Hays, empresa de recrutamento e seleção de executivos, a crise exigiu uma mudança do perfil na área financeira, privilegiando quem tem experiência e habilidades em processos, reestruturação organizacional, controles e custo. "A escassez de profissionais de alta qualificação na área financeira eleva os salários e as companhias estão dispostas a bancar isso", afirma o gerente de controladoria e finanças da Hays, Ricardo Parente. "Elas precisam das melhores informações internamente e estão colocando um executivo sênior ocupando o lugar de dois menos experientes", completa. Para esses executivos, considerados peças-chave no atual cenário econômico, o aumento da remuneração pode chegar até 30%.

De acordo com o executivo , quando o mercado estava aquecido os jovens ganharam muito espaço, pois a intenção era investir em novos negócios e na expansão das organizações. "Esses profissionais tem um lado técnico bom, mas pouca experiência em gestão. Agora, estão sendo substituídos e os quadros deverão se equilibrar daqui para frente", afirma.

Quem está conseguindo uma recolocação agora tende a ter uma remuneração total menor do que antes da crise, devido à queda nos bônus. "Eles estão atrelados não só ao desempenho individual, mas aos resultados das companhias. Por isso, apenas alguns segmentos como o de energia elétrica e telecomunicações continuarão com um balanço favorável em 2009", diz.

Levando em conta a redução de 15% a 20% para quem está entrando agora, a Hays estima que um diretor-financeiro (CFO) de uma pequena ou média empresa -com faturamento anual de R$ 300 milhões - receba entre R$ 20 e R$ 30 mil mensais.

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