A fusão com a Votorantim Celulose e Papel (VCP) continua tendo reflexos para os acionistas minoritários da Aracruz. Ontem, por exemplo, o ex-diretor de relações com investidores (DRI) da VCP, Valdir Roque, assinou termo de compromisso com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no qual se compromete a indenizar detentores de ações ordinárias da Aracruz. O executivo desembolsará mais de R$ 860 mil a 30 investidores que detêm os papéis. São fundos e clubes de investimento, investidores de varejo e não-residentes. Eles se consideraram lesados porque Roque deu informações contraditórias às prestadas pela companhia em uma teleconferência com analistas. Na ocasião disse, ao contrário de comunicado divulgado pela empresa, que os donos de ações ordinárias da Aracruz teriam direito a receber tag along caso a transação entre as companhias vingasse. A VCP, no entanto, informou à época que isso não deveria acontecer. Afinal, alegava, não haveria troca efetiva no comando da companhia. A autarquia que regula o mercado de capitais brasileiro ficará com 20% do valor pago no acordo com o DRI da VCP.
De acordo com a CVM, serão ressarcidos os investidores que venderam os papéis com direito a voto da Aracruz no pregão de 6 de agosto do ano passado pouco antes das 12 horas, quando as informações da teleconferência foram divulgadas na internet. Naquela sessão, as ações da companhias sofreram grande volatilidade. Oscilaram entre a mínima de R$ 10,32 e a máxima de R$ 13,90. Acabaram recuando 26%. Para efeitos de ressarcimento, o valor que prevalece é o de fechamento: R$ 11,51. "Esse acordo demonstra a celeridade que o judiciário tradicional não teria", diz Larissa Teixeira, sócia do Teixeira, Martins & Advogados.
Gazeta Mercantil
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