quinta-feira, 16 de abril de 2009

Investidor ainda espera

O rali ocorrido no mercado acionário em março, que havia alimentado esperanças de uma recuperação econômica mais ampla foi enganoso, pois os investidores com "dinheiro real" ficaram à margem.

A avaliação é de Duncan Niederauer, executivo-chefe da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) Euronext, a principal e maior bolsa de valores do mundo.

Em raros comentários sobre movimentações de mercado, Duncan Niederauer disse em entrevista ao "Financial Times" que o rali foi puxado por operadores em investimentos de curto prazo. De acordo com o executivo, esses operadores tentavam tirar proveito da elevada volatilidade, não por instituições de grande porte ou por investidores em ativos de longo prazo.

O executivo-chefe da NYSE Euronext deu a entender que os volumes expressivos negociados e as melhoras nos indicadores antecedentes não refletem necessariamente nenhuma certeza real de que o pior da crise econômica já tenha passado.

Para o executivo, os volumes estiveram concentrados num punhado de papéis que refletem o que ele chamou de mercado de "operadores".

"Os investidores com dinheiro real continuam esperando. Acredito que estão aguardando, observando", afirmou Niederauer. "Eles querem se assegurar de que aquilo que viram em março é real. E parece-me que, assim que se convencerem, todos perceberemos. O mercado terá uma reação totalmente distinta a isso", prosseguiu..

Na opinião de Niederauer, os volumes, apesar de relativamente robustos, estavam abaixo dos níveis que poderiam indicar se os investidores recuperaram a confiança nos fundamentos do mercado.

"Acredito que estamos esperando outro rali, que, na minha opinião, ocorrerá entre junho e julho", ele disse.

Um rali no verão seria um indicador antecedente de recuperação econômica e de que, até abril de 2010, a economia global teria uma aparência muito mais saudável, disse.

O índice referencial Standard & Poor's 500 registrou alta de 8,5% em março, seu melhor mês desde outubro de 2002, induzindo alguns especuladores otimistas a predizer que a recuperação teria chegado.

Financial times

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