Para ele, a condição para uma recuperação consistente da bolsa é a melhora da economia e dos lucros das empresas, o que não é o caso ainda nem no Brasil nem lá fora. Recentemente, o Santander reviu as estimativas de crescimento do país e, com elas, as projeções de lucro para as empresas brasileiras. A projeção de queda do lucro por ação de um universo de 80 empresas acompanhadas pelo banco passou de 10% em fevereiro para 21% em março. "Isso fez a projeção de lucro para o ano que vem subir, para 27%, uma vez que base de comparação deste ano ficou menor, mas, se você pegar a média dos dois anos, estamos falando em um crescimento perto de zero", diz.
Audi destaca a rápida deterioração das expectativas para a economia brasileira e para o lucro das empresas. Em setembro, o Santander projetava crescimento de lucro neste ano de 22% e, para 2010, de mais 10%, o que daria 34% de aumento em dois anos, número que agora é zero.
A queda das projeções de lucro fez também crescer a relação entre o preço das ações e o lucro das empresas, o chamado P/L, que dá uma ideia do prazo de retorno do investimento em anos. Quanto menor, mais atrativo e barato é o mercado. Segundo Audi, o pico do mercado brasileiro foi um P/L de 18 vezes, em 2008, quando o índice bateu nos 70 mil pontos, caiu para 6 vezes no auge da crise e, agora, voltou a subir para 12 vezes pela expectativa de lucro menor. "Mas note que não é um P/L tão baixo", diz.
Mesmo a queda dos juros para níveis nunca antes vistos, abaixo dos 10% ao ano, festejada por muitos como um fator favorável à bolsa, é vista com cautela pelo executivo. "Essa queda reflete, na verdade, uma fraqueza muito grande da economia brasileira, e economia fraca não combina com bolsa em alta", alerta ele.
Valor Econômico
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