Ogoverno cedeu aos apelos de caminhoneiros e dos setores mais dependentes do transporte rodoviário e vai mexer no preço do óleo diesel. A intenção é baratear o combustível na tentativa de estimular a economia, reduzindo o custo do frete contratado por atacadistas e transportadores em geral, e aliviando o agronegócio - que tem no produto um importante insumo primário. A forma e a data para a redução nas bombas ainda dependem de estudos técnicos.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que um recuo no preço do diesel é mais provável do que no da gasolina. Segundo ele, uma comissão estuda o assunto. Lobão, no entanto, informou que dificilmente a decisão sairá antes de quatro ou cinco meses. "O fato é que a Petrobras perdeu muito dinheiro com aquela elevação do preço do petróleo sem que tivesse havido uma correspondente elevação dos produtos acabados na bomba", afirmou.
De acordo com o ministro, a análise tem de ser criteriosa sob pena de uma decisão "precipitada" acabar prejudicando a estatal. O grupo de trabalho faz cálculos com base em percentuais que poderiam ser aplicados e que, eventualmente, não causariam grandes traumas ao caixa da Petrobras.
Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que o preço do diesel cairá "em algum momento". Preocupado com os reflexos da alta do diesel sobre a produção e a comercialização agrícola brasileira, Mantega advertiu que o campo precisa de apoio. "Estamos atentos a isso", afirmou, acrescentando que o Banco do Brasil já liberou 40% a mais de recursos para a safra em relação a outros anos.
"Tivemos (no passado) uma elevação do custo do petróleo. A Petrobras nunca faz reação imediatamente. Quando subiu o barril, demorou para subir o preço do diesel e da gasolina. Aguarde que haverá (redução), não sei dizer quando, até porque sou conselheiro (da Petrobras). Por lógica, virá redução", disse Mantega.
caminhoneiros. Representantes de caminhoneiros estiveram no início da semana com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para cobrar agilidade na decisão e sugerir alternativas. A reivindicação é que o valor final caia, pelo menos, 30% - atualmente, o litro do diesel varia entre R$ 2,10 e R$ 2,20.
A minsitra reconheceu a gravidade da situação, prometeu estudar os impactos da medida, mas descartou queda acentuada no preço. No Brasil, o gasto com diesel corresponde a cerca de 50% do valor do frete cobrado. Há cerca de 1 milhão de caminhoneiros em atividade.
Cauteloso, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que ainda são insuficientes os parâmetros que poderiam ditar um ajuste dos preços da gasolina e do diesel. "Quem dita uma possível redução é o preço no mercado externo", explicou. Para o executivo, há uma "tendência de estabilidade no preço internacional", mas ainda é cedo para arriscar qualquer tipo de previsão.
Gazeta mercantil
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