segunda-feira, 27 de abril de 2009

Petrobras

Vamos fazer um operação de "pairs trading"?

Preço favorece aposta em ações PN

A volatilidade do índice Bovespa nos últimos meses causou distorção entre as ações preferenciais (PN) e ordinárias (ON) da companhia com maior quantidade de negócios, a Petrobrás. A diferença de preços, inferior a 18% em agosto de 2007, quando a crise do crédito imobiliário começou a se insinuar nos Estados Unidos, subiu para 25%, segundo levantamento da gestora BRZ Investimentos. Enquanto as preferenciais custavam R$ 29,31 no fechamento do pregão da última sexta-feira, as ordinárias valiam R$ 36,60.

Tamanha diferença, dizem especialistas, é um dos motivos que justificam a recomendação de compra das preferenciais. "Não faz sentido as ordinárias de Petrobrás com 25% de prêmio sobre as preferenciais", diz o analista da BRZ, André Lion, acrescentando que o ágio está no pico da década. Desde 2000, a diferença de preço entre os dois papéis não costuma superar 15%.

As ordinárias têm a vantagem de garantir ao acionista o direito a voto nas assembleias que decidem o rumo da companhia. Em muitos casos, porém, acionistas pequenos têm pouco peso nas decisões. "No caso da Petrobrás, o direito de voto nas assembleias tem pouco ou nenhum valor, já que a União tem 55,7% das ordinárias", lembra Lion. "Eu não tenho tempo nem conhecimento para acompanhar as assembleias. Por isso, não compro ações com direito a voto", diz o estudante de engenharia Thiago Casteluchi.

Normalmente, analistas sugerem ações ordinárias porque elas dão o direito ao investidor de receber, no caso de venda da empresa, o mesmo valor por ação pago ao antigo controlador. "Mas no caso da Petrobrás, o risco de venda é baixo", destaca o analista de petroquímica da corretora Ágora, Luiz Otávio Broad.

Outro motivo para a maior recomendação das preferenciais é que elas são mais negociadas que as ordinárias. "Para quem aplica no curto prazo, a liquidez faz toda a diferença", destaca o analista gráfico Leandro Ruschel. "Com preferenciais, não perco tempo tentando achar comprador quando preciso vender. E ainda há os dividendos", acrescenta Casteluchi.
Estadão

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