O colegiado optou por deixar tal decisão à assembleia de acionistas que avaliará o relatório da auditoria BDO Trevisan. O encontro será em 6 de abril, conforme convocação divulgada ontem.
Vale lembrar que o capital da Sadia é formado por ações ordinárias (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto) e os controladores têm perto de 60% dos papéis ON. Logo, a decisão da questão está nas mãos das famílias donas do negócio.
A não solicitação de uma ação contra o ex-diretor deixa o conselho desconfortável. Os membros do órgão, nesse cenário, têm de conviver com a sensação de conivência ou negligência com os derivativos que levaram a empresa à atual delicada situação financeira. Por isso, tal iniciativa contra o ex-executivo não está completamente descartada ainda - pelas pressões internas no conselho da empresa.
A avaliação de pessoas que conheciam a estrutura de governança da Sadia - na qual a diretoria financeira se reportava diretamente à presidência do conselho - é que sugerir uma ação contra Adriano Ferreira e não fazer o mesmo com Walter Fontana, então presidente do conselho, seria incoerente.
Assim, não espanta o relatório da BDO Trevisan não ser recebido com completa satisfação pelo conselho, em reunião ocorrida ontem. Foram feitos pedidos de esclarecimentos adicionais à auditoria. Por isso, a versão final só estará pronta em 30 de março - data a partir da qual ficará disponível para os acionistas na sede da empresa.
Fonte próxima a discussão argumenta que o objetivo do relatório da auditoria externa não era apontar culpados, mas buscar falhas nos procedimentos internos.
Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário