O BC divulgou ontem os dados relativos à balança cambial dos primeiros 10 dias úteis de março. Mas não revelou as posições à vista dos bancos. Mas não é difícil calculá-las a partir do fluxo. Como este foi deficitário em US$ 2,186 bilhões e como o BC não fez nenhum leilão de venda à vista da moeda, esse rombo foi inteiramente coberto pelas posições "compradas" dos bancos. Como tinham encerrado fevereiro com posição de US$ 954 milhões, cobriram o déficit e ainda assumiram posição "vendida" de US$ 1,23 bilhão. Para alguns economistas, as posições à vista carregadas pelas instituições não são "direcionais", ou seja, não tiram lucro quer da alta, quer da baixa dos dólares. Para outros, ao contrário, elas não só representam uma aposta efetiva de alta ou de baixa como os bancos passam a agir nos vários outros segmentos cambiais onde atuam em função delas. Se assim for, as forças em favor da queda do dólar se tornaram em março bem mais poderosas. Na ponta contrária, há oponentes temíveis. Os bancos estão enfrentando os "hedge funds" estrangeiros ainda "comprados" no pregão de dólar futuro da BM&F em US$ 10,27 bilhões. Mas os comentários são de que estão loucos para se livrar desta posição. Dólar mais baixo abre espaço para quedas ainda mais profundas da Selic.
Valor economico
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