Vamos ver a taxa de juros que vai ser paga e se vai haver esforço de colocação junto aos pequenos investidores.
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O mercado busca fontes alternativas para financiar um total de mais de R$ 57 bilhões em projetos de concessões já licitadas no país em meio à maior crise de crédito da história. São R$ 10 bilhões para projetos de linhas de transmissão, R$ 20 bilhões para as duas grandes hidrelétricas do Rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) e outros R$ 8,8 bilhões para estradas e o Rodoanel em São Paulo. Há mais de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões) necessários para a construção de 12 navios-sonda de perfuração de petróleo e plataformas semissubmersíveis que serão alugadas pela Petrobras.
Os números não incluem usinas de geração de energia térmica, pequenas centrais hidrelétricas e portos, segundo Cassio Schmitt, responsável pela área de "project finance" (financiamento de projetos) do Santander. O banco de capital espanhol foi o grande destaque nesse mercado em 2008, ao ficar como primeiro colocado nos rankings da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) de assessor financeiro de financiamento (considerando-se também o ABN Amro, que se uniu com o Santander no ano passado) e de assessor financeiro de concessões, obtidos pelo Valor.
Uma das dificuldades maiores é o financiamento das outorgas que têm de ser pagas aos governos Estaduais nas rodovias e Rodoanel, que chegam a R$ 5,5 bilhões, de acordo com Maria Estela Ferraz de Campos, gerente da área de financiamento de projeto do Itaú BBA e coordenadora da subcomissão de financiamento de projetos da Anbid. Segundo ela, a Nossa Caixa avalia formas de fornecer crédito para esse fim.
Outra alternativa seria buscar recursos por meio da criação dos primeiros Fundos de Investimento em Direito Creditório (FIDCs) usando como lastro das cotas os recebíveis dos pedágios a serem pagos nas estradas. "É um fluxo razoavelmente constante de pagamentos e bastante previsível, que pode ser usado em uma securitização (a venda de títulos lastreados em recebíveis)", diz. Os FIDCs tendem a ter prazos mais longos do que as notas promissórias e custos mais atrativos do que as debêntures, por possuírem uma estrutura de garantias mais amarrada. A possibilidade de emissão das debêntures não está descartada.
Segundo os bancos, os financiamentos para a construção das plataformas para a Petrobras têm sido mais difíceis de montar, pois são projetos fora do país, que dependem de crédito bancário externo. No total, o financiamento de projetos caiu de R$ 16,23 bilhões em 2007 para R$ 9,921 bilhões no ano passado, segundo a Anbid. Os maiores emprestadores entre os bancos foram o Unibanco, que entrou com R$ 500 milhões, e o Itaú BBA, com R$ 467 milhões. Os investimentos previstos em concessões passaram de R$ 2,7 bilhões em 2007 para R$ 29,77 bilhões em 2008 por causa das hidrelétricas do Madeira.
No mercado interno, o andamento dos projetos de infraestrutura não tem parado por falta de financiamento. "O BNDES, que acaba de receber aporte de R$ 100 bilhões do Tesouro, dá prioridade absoluta para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)", diz Maria Estela.
Valor Econômico
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