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Pela primeira vez, um fundo de participações admitiu oficialmente a possibilidade de alterar a estrutura de controle da Cremer, empresa de distribuição e fabricação de produtos médicos e hospitalares. A possível mudança foi assumida pela Tarpon Investimentos, ao anunciar que ampliou sua fatia na empresa de 13% para 24,3%. Ou seja, sozinha, a gestora tem praticamente um quarto da companhia, cujo capital é pulverizado. É, com folga, sua maior acionista.
Conforme o Valor apurou, o salto ocorreu num único dia, terça-feira da semana passada, quando o volume negociado em bolsa alcançou R$ 27 milhões - mais de dez vezes a média do giro do papel.
Com esse passo, a soma da participação de diversos fundos que investem na companhia desde o ano passado ultrapassa 51%. São investidores de peso - com mais de 5% - a Credit Suisse Hedging-Griffo, a Poland, a Guepardo, além da própria Tarpon. Claritas e Rio Bravo também são acionistas importantes, embora com fatias menores.
Há tempos que o interesse dos fundos na Cremer despertou atenção no mercado. Há quem diga que a empresa é forte candidata a ser o primeiro caso no mercado brasileiro de uma formação de controle por minoritários organizados nas últimas duas décadas - o último exemplo mais relevante foi a tomada de poder da cervejaria Brahma pelo trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Apesar da aposta, os fundos investidores da Cremer não se declaram organizados - ao contrário, ressaltam a inexistência de acordo de voto conjunto. O movimento, ainda raro por aqui, é relativamente comum no mercado internacional, especialmente, nos Estados Unidos.
Valor
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