O nome de Salazar, que será também diretor de administração e tecnologia da informação, foi aprovado ontem pelo conselho de administração da companhia. Formado em economia pela Universidade Cândido Mendes, do Rio, o executivo já trabalhou na Aracruz, Brahma e Globopar. Estava no grupo Oi desde 1999, onde ocupou cargos como diretor de tesouraria, centro de serviços compartilhados e diretor financeiro da Oi - este último desde 2006.
Ele começa a trabalhar na Sadia na próxima segunda-feira. Com a chegada de Salazar, Welson Teixeira, que vinha acumulando interinamente a diretoria financeira e de desenvolvimento corporativo, teve alterados suas funções e cargo. Ele era diretor de controladoria, relações com investidores e tecnologia da informação e passará a responder como diretor de desenvolvimento corporativo e relações com investidores.
O novo diretor financeiro chega à Sadia num momento delicado e terá a tarefa de colocar em prática medidas para reerguer a companhia, cujo caixa foi afetado pela perda com os derivativos. Ações duras já vêm sendo tomadas por conta da perdas. A Sadia acaba de fazer um grande reestruturação em sua área administrativa, com a demissão de 350 gerentes e diretores, o que deve gerar uma economia de R$ 44 milhões por ano.
A empresa também busca se capitalizar e admite que pode ter uma injeção de R$ 1 bilhão com a entrada de um sócio. O presidente do conselho de administração, Luiz Fernando Furlan, disse várias vezes que a empresa vem sendo procurada por investidores. Em recente entrevista ao Valor, Teixeira admitiu que há conversas em andamento, inclusive com o BNDES.
Além de um aporte, a Sadia busca outras opções para se capitalizar, como se desfazer de ativos não estratégicos. Uma das ideias é buscar um sócio para a corretora Concórdia e para o banco.
Por conta dos derivativos, a Sadia fechou o terceiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 777,4 milhões. Em setembro passado, a exposição líquida da empresa em derivativos cambiais era de US$ 2,4 bilhões. No encerramento do terceiro trimestre, a Sadia tinha abertos o equivalente a US$ 6,4 bilhões de contratos de venda de dólar e US$ 4,0 bilhões de compra. A marcação a mercado dessas operações, na ocasião, representava uma perda líquida de R$ 637,2 milhões. Gradativamente, a Sadia reduziu sua exposição líquida a esses contratos. No dia 19 de janeiro, a posição era de US$ 487 milhões.
Em nota, a Sadia disse que a "a chegada do novo executivo faz parte do conjunto de mudanças que estão sendo implementadas pela Sadia a fim de aperfeiçoar sua governança corporativa". Salazar irá se reportar diretamente ao presidente executivo, Gilberto Tomazoni. O antigo diretor financeiro Adriano Ferreira, responsabilizado pela operação com derivativos, reportava-se ao conselho de administração.
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