A ausência de detalhes decepcionou os investidores ao indicar que a equipe econômica do presidente recém-eleito Barack Obama não fez a lição de casa.
Geithner divulgou o pacote de quatro pontos que pode envolver até US$ 2 trilhões para ajudar os bancos, além dos US$ 700 bilhões comprometidos no governo Bush.
Os bancos no mundo todo já contabilizaram US$ 792 bilhões em prejuízos. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que as perdas potenciais em ativos de crédito americanos somam US$ 2 bilhões. Já o economista Nuriel Roubini, da Stern School of New York University, avalia que as perdas podem chegar a US$ 3,6 trilhões.
O ponto principal do plano divulgado por Geithner é a criação de um fundo público-privado que vai comprar ativos tóxicos, tirando-os dos balanços dos bancos. O fundo pode comprar US$ 500 bilhões em ativos, chegando eventualmente a US$ 1 trilhão.
Para estimular o crédito, o programa de empréstimos do Fed, chamado de Term Asset-Backed Securities Loan Facility (TALF), de US$ 200 bilhões iniciais, recebeu um reforço de até US$ 1 trilhão. Sob esse programa, o Fed compra títulos garantidos por hipotecas residenciais e comerciais, créditos estudantis, financiamento de veículos e de outros bens. Agora pode ter o escopo ampliado, para ajudar o mercado imobiliário.
O quarto ponto é um programa de ajuda direta aos maiores bancos. O governo pretende rever os balanços das instituições e avaliar por teste de estresse de quanto capital necessitam. O dinheiro será fornecido pelo governo.
"O que salta à vista, no discurso de Geithner, é que perdura muita incerteza em relação ao fundo público-privado", disse Philip Marey, do Rabobank.
Martin Slaney, diretor de derivativos na GFT Markets, disse: "O plano foi propagandeado exageradamente, como sendo uma solução mágica, que poria fim ao dilema envolvendo os ativos tóxicos - algo provavelmente não realista -, mas essas esperanças agora foram frustradas".
Permanece a questão que já existia no plano do ex-ministro Henry Paulson de avaliar o preço dos ativos podres.
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