quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mais ganho, menor risco

Com a restrição de liquidez provocada pela crise financeira internacional, o mercado doméstico de títulos de crédito corporativo surge como uma alternativa de investimento com retornos sem precedentes na história recente. É verdade que a percepção de risco piorou com o cenário mais adverso para as empresas. Mas o fato é que até grandes nomes passaram a pagar taxas consideradas bastante elevadas, mesmo com uma baixa probabilidade de calote. O caso mais recente é o das debêntures da Bradespar - empresa de participações do grupo Bradesco com fatias na Vale e na CPFL Energia -, que chegaram ao investidor do varejo com aplicação mínima de R$ 1 mil e remuneração equivalente a 125% do CDI, juro interbancário, no prazo de três anos.

Há outros exemplos. Em dezembro, uma emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) com lastro em créditos imobiliários devidos pela Petrobras e vencimento em 13 anos foi a mercado pagando IGP-M mais 10,5% ao ano - taxa que, para o investidor pessoa física, é líquida, já que ele tem isenção de imposto de renda nesse tipo de papel. Em outubro, debêntures da Sabesp saíram a 120% do CDI na primeira série, com prazo de cinco anos, e IPCA mais 12,87% na segunda tranche, de sete anos. Todas essas operações, avalia Andrea Moufarrege, diretora da área de investimentos do HSBC Private Bank, foram lançadas com um retorno alto para o risco relativamente baixo das empresas.

Andrea diz estar bastante confortável para oferecer esse tipo de papel para os clientes. "É a melhor relação risco/retorno hoje", afirma. Segundo ela, é bastante improvável que empresas como a Petrobras ou a Vale deixem de honrar seus compromissos, mas mesmo assim estão pagando altos retornos.

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