A demora está intrigando os investidores, já que a rapidez na decisão de processar Zagury aparentava grande determinação dos controladores e da empresa.
Mas, segundo apurou o Valor, para iniciar essa ação, os administradores da empresa terão de costurar a lógica de uma complexa equação.
Precisam enfrentar fatos como as obrigações da cúpula da Aracruz de fiscalizar os trabalhos de subalternos, como a diretoria financeira. Há pouco espaço para tratar do desconhecimento dos acontecimentos sem passar pela negligência das funções.
Além disso, é preciso considerar a experiência dos sócios com derivativos. O grupo Votorantim, que controla a VCP, sofreu perdas de R$ 2,2 bilhões com contratos semelhantes aos da Aracruz. Há ainda os sócios financeiros, representados pela família Safra, com vasta experiência no tema.
Por essas e por outras, a análise de toda a situação tem estudos, inclusive, sobre as implicações da abertura dessa ação e até da desistência da disputa.
Dependendo da decisão judicial numa avaliação desse tipo, Zagury, que pouco pode contribuir para aliviar o prejuízo bilionário da companhia, pode inverter o jogo com uma ação de perdas e danos contra a empresa. Procurado, inclusive por email pela reportagem, o executivo não foi localizado.
Caso a companhia não promova a ação até 24 de fevereiro, quando a decisão completa três meses, os acionistas minoritários da Aracruz ganharão um novo direito. Poderão, eles mesmos, iniciar o questionamento judicial contra Zagury.
Valor Economico
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