Por Ana Paula Ragazzi e Catherine Vieira, de São Paulo e Rio
Meses após o acirramento da crise financeira global, quem possuía recursos para investir fez suas escolhas e alguns gestores de fundos de investimentos passaram a pinçar novas ações ou aumentar a participação em empresas em que já tinham parcela dos papéis, construindo assim carteiras cada vez mais recheadas de companhias listadas na bolsa. O movimento é visível pelo crescente volume de comunicados de aquisições relevantes feitos ao mercado. Desde o ano passado, gestores como HSBC, Tarpon e Credit Suisse Hedging Griffo (CSHG), para citar alguns, estão entre os que mais aparecem nesses comunicados. Também Polo Capital, Leblon Equities, Fama e Dynamo estão entre os que lideram o movimento de compras.
Quando atingem fatias superiores a 5% em empresas abertas, os gestores precisam divulgar ao mercado. Desde janeiro de 2008, é possível identificar mais de 550 operações de alterações relevantes de participação acionária e que foram encaminhadas á Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Do total, 85 foram para redução de fatias e todas as outras, de fundos elevando posições. A lista reúne, como principais alvos, empresas de pequeno porte, algumas com liquidez mínima e muitas das novatas. Isso ocorre porque essas empresas têm quantidade menor de ações em circulação do que os carros-chefe da bolsa. Logo, é muito mais fácil alcançar fatia superior a 5% no capital dessas companhias do que no das grandes.
Em alguns casos, as escolhas estão atreladas a empresas com desempenho diretamente ligado à economia doméstica. Mas em outros o preço ficou tão baixo - às vezes menor que o valor patrimonial - que a compra se tornou irresistível para investidores com perfil de longo prazo.
Valor Economico
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