As vendas do Grupo Pão de Açúcar cresceram acima do esperado no mês de maio. Com isso, o desempenho da empresa no acumulado do ano já começa a sinalizar para o mercado uma recuperação do grupo, que passou por uma profunda reestruturação. Mas, de acordo com analistas, apenas quando forem divulgados os resultados financeiros do segundo trimestre, em agosto, é que ficará claro se o grupo conseguiu melhorar de fato seu desempenho.
Em maio, no conceito mesmas lojas, as vendas líquidas cresceram 15,4% comparadas com igual período de 2007. As vendas brutas aumentaram 12,1%. No acumulado do ano, também no conceito mesmas lojas, as vendas líquidas cresceram 7,9% e as brutas, 6,4% em relação a igual período do ano passado.
De acordo com o Pão de Açúcar, o crescimento de maio pode ser explicado pelo efeito calendário, com o feriado de Corpus Christi e uma sexta e sábado a mais do que no mesmo mês do ano anterior. Esse fato teve um impacto de 2,5 pontos porcentuais nas vendas.
Mas, para o mercado, o resultado é significativo mesmo desconsiderando-se o efeito sazonalidade. "Tudo indica que é um crescimento sustentado, mas é preciso ser cauteloso e esperar os resultados financeiros", observa o consultor de varejo Eugênio Foganholo.
O Pão de Açúcar também justifica o crescimento pelo aumento do tíquete médio. "É claro que o tíquete subiu por causa da inflação dos alimentos, mas é necessário ver se o volume vendido cresceu", diz um analista. As vendas de alimentos aumentaram 12,4% na comparação das mesmas lojas.
As vendas brutas em maio somaram R$ 1,7 bilhão, 24,9% mais que em 2007. As vendas líquidas foram de R$ 1,4 bilhão, com aumento de 28,2%.
"O resultado está acima do esperado", diz o analista do Banco Fator, Renato Prado. "Boa parte do crescimento vem da inflação, mas é preciso ver se a companhia conseguiu repassar todos os aumentos dos fornecedores. Caso contrário o grupo pode estar crescendo, mas com redução de margens."
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