Responsável no grupo por atividades de infra-estrutura portuária e de logística, a LLX se insere no processo de reestruturação da MMX Mineração e Metálicos, empresa de capital aberto. A idéia era fazer uma oferta pública inicial de ações da LLX, mas, no início deste ano, o grupo de Batista desistiu. A operação foi suspensa depois da venda, em janeiro, de uma parte dos ativos da MMX para o grupo Anglo American em um negócio de US$ 5,5 bilhões.
"Inicialmente íamos fazer o IPO da LLX, mas após a negociação com a Anglo optamos por fazer primeiro a cisão das empresas que estão debaixo da MMX", diz Ricardo Antunes, presidente da empresa. Assim, a LLX nasce como empresa listada por meio desta reestruturação e só em um segundo momento é que se faria uma captação no mercado. Ele negou rumores de que a suspensão da oferta da LLX teria relação com a incerteza jurídica provocada pela briga que os terminais de contêineres que operam nos portos públicos - e que foram arrendados em meados dos anos 90 - travam, na Justiça, contra terminais privativos que querem movimentar carga própria e de terceiros, caso dos projetos da LLX. "Isto não é verdade."
Segundo ele, a LLX enviou um novo desenho da operação para a CVM. Hoje a MMX tem 85% do capital da LLX e os restantes 15% pertencem ao fundo de pensão dos professores de Ontário, no Canadá, o OTPP. A MMX, por sua vez, tem 66% do controle nas mãos de Batista e dos diretores da empresa e os restantes 34% estão com os minoritários. Com a reestruturação da MMX, prevista para terminar no fim de junho, a estrutura mudará.
A MMX vai ser dividida em três: Iron X, nova MMX e LLX, que nascerá como uma empresa de capital aberto. Cada acionista da antiga MMX vai receber ações das três empresas. A LLX terá 57% do capital nas mãos dos atuais acionistas (Batista e um grupo de executivos) e 43% ficarão com os minoritários, dos quais 19% em poder do OTPP e 24% no free float.
A Iron X é a empresa criada para abrigar parte dos ativos de mineração da MMX: a MMX Minas-Rio, na qual a Anglo American já havia comprado 49%, e a MMX Amapá, na qual a americana Cleveland Cliffs tem participação de 30%. A Anglo vai comprar os 66% que Batista e seus executivos têm na Iron X, cujos ativos são 51% da MMX Minas-Rio e 70% da MMX Amapá.
Batista aceitou vender estas participações a cerca de US$ 18 por ação. A Anglo terá ainda 60 dias para fazer oferta de compra da parte dos minoritários. Terá de oferecer o mesmo valor pago aos controladores, o chamado 'tag along'. Se os minoritários não quiserem vender, a Iron X será formada por Anglo mais minoritários. A nova MMX vai ficar com os demais ativos de mineração e metais, o que inclui a MMX Corumbá e a AVX Mineração. Até o fim deste mês a reestruturação da MMX estará registrada na CVM e na Bovespa.
De qualquer forma, será preciso um prazo de 30 dias para começar a negociar as ações da LLX e da nova MMX na bolsa, em função do direito de retirada, pelo qual os acionistas que não concordarem com a operação podem receber o dinheiro da ação de volta pelo valor patrimonial. Hoje, além da novata OGX, também têm ações listadas em bolsa dentro do grupo de Batista a MMX e a MPX (energia).
A forte demanda na operação de abertura de capital da OGX foi comandada por estrangeiros, que levaram cerca de 80% da emissão, segundo fontes, repetindo a proporção da maior parte das emissões feitas no ano passado. Restrita a investidores qualificados, a oferta atraiu cerca de 350 institucionais. Participaram da oferta fundos soberanos do Oriente Médio e Ásia e, pela primeira vez, um fundo que faz a gestão de recursos de uma universidade americana (endowment).
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