A Braskem e o Banco Fibra se aproveitaram da janela de oportunidade aberta com o segundo grau de investimento concedido ao Brasil e fecharam emissões externas de bônus. O Banco Fibra captou US$ 150 milhões por um prazo de três anos e a Braskem, como parte da estratégia para rolar um empréstimo-ponte, conseguiu US$ 500 milhões por dez anos.
A emissão de bônus da petroquímica Braskem, liderada pelos bancos Citibank, Calyon e ABN Amro Real, saiu a 99,100% do valor de face, com um cupom de 7,25% ao ano, e um retorno de 7,375%. A operação foi considerada um sucesso pelo vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Braskem, Carlos Fadigas. "Nós imaginávamos uma demanda forte pelos papéis, mas ficou bem acima da expectativa, com US$ 1,6 bilhão", diz. "Esta foi nossa maior captação externa e também a mais barata."
Até então, a maior emissão externa da Braskem havia sido feita em setembro de 2006, quando foram captados US$ 275 milhões com um retorno ao investidor de 8% ao ano. O prêmio de risco da nova emissão da petroquímica - que ainda não é grau de investimento - ficou a 328 pontos-base acima dos treasuries americanos de igual prazo. Só para comparação, a Gerdau, já com grau de investimento, pagou em sua última emissão externa um prêmio de risco de 309 pontos-base. "A diferença é pequena e, em parte, acredito que o mercado esteja antecipando um provável upgrade da Braskem", diz Fadigas. A petroquímica está a um degrau do investment grade nas três agências - Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s. No caso da Fitch, o rating da Braskem está com perspectiva positiva e pode ser elevado.
AlongamentoOs US$ 500 milhões captados serão usados para alongar parte da dívida contraída no ano passado para a aquisição da Ipiranga. O empréstimo-ponte feito naquela ocasião, de US$ 1,25 bilhão, tem um prazo de dois anos e agora está sendo alongado com a nova captação, de dez anos. Os outros US$ 750 milhões necessários para concluir o alongamento serão conseguidos por meio de uma operação de pré-pagamento de exportações em duas tranches, de cinco e sete anos. "Esperamos fechar a operação em até três meses", afirma Fadigas.
Já o Banco Fibra voltou ao mercado e captou US$ 150 milhões por um prazo de três anos. Os papéis foram vendidos a 99,33% do valor de face, com 7% de cupom. O retorno ao investidor ficou em 7,25% ao ano. A idéia inicial era captar US$ 100 milhões, mas a forte demanda fez o banco elevar o volume. Participaram da operação os bancos Santander, Standard Bank e ABN Amro Real. A última captação do Fibra havia sido feita em abril, também com prazo de três anos. Na ocasião, o retorno ao investidor foi de 7% ao ano e foram captados US$ 150 milhões.
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