quarta-feira, 4 de junho de 2008

Investidores aguardam fim da crise

Nenhuma empresa declarou ainda interesse em investir no Brasil depois que o País recebeu de mais uma agência internacional de risco, a Fitch, a nota de grau de investimento. Antes, a agência Standard & Poor''s já havia concedido o título ao Brasil. A informação de que ainda não há investidor novo, o que seria natural depois da concessão da nota, foi transmitida ontem, na capital paulista, pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Ele ressaltou que esse interesse é uma questão de tempo. "Já há um apetite enorme dos investidores estrangeiros. Essa conjuntura nova pode levar, no momento em que a crise internacional se amainar, os investidores a se ‘estapearem’ para investir no Brasil, porque nós temos condições extraordinárias", disse o ministro.

Segundo ele, as empresas brasileiras têm apresentado altos índices de lucro, o que pode ser observado em poucos países. "Não é à toa que fomos o quinto maior mercado de capitais no ano passado. Isso é absolutamente assombroso se olharmos em termos de retrospectiva nos últimos 15 anos, porque ninguém achava que isso ia acontecer", observou.

Política cambial

Na avaliação do ministro, o grau de investimento reforçará a tendência de aumento de investimentos estrangeiros no País. Ele preferiu não fazer previsões sobre como ficará a política cambial quando o número de investidores começar a crescer, ao mesmo tempo em que o governo envia recursos para o Fundo Soberano, mas ressaltou que o governo não tem intenção de mexer na política cambial.

Bernardo, no entanto, admitiu que, se houver condições de fazer ajustes pontuais, isso pode ser feito. "Mas isso significa medidas consistentes, que se saiba o efeito que vai causar, o custo, o que significa, alguém tem que sugerir. Eu não tenho nenhuma idéia. O que não queremos, não vamos e não temos condição de mudar é a política de câmbio flutuante", acrescentou o ministro.

Bernardo reconheceu que a valorização do real é um problema, mas disse que, por outro lado, muitas empresas tiveram seus produtos que são exportados valorizados e estão ganhando em competitividade. "Nós temos adotado medidas para ajudar a melhorar essa competitividade. É isso que temos que fazer, investir em melhorar o ambiente de negócios no país, em dar condições de previsibilidade para as empresas se planejarem, reduzir carga tributária, burocracia", relatou o ministro .

Gazeta Mercanti

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