Por Ana Paula Ragazzi, de São Paulo
Pela segunda vez neste ano, a Bovespa promove um encontro fechado entre candidatas ao segmento e representantes de bancos, escritórios de advocacia, auditorias e consultorias que têm interesse em assessorar companhias de menor porte que desejam fazer ofertas de ações.
A primeira a se apresentar será a gaúcha Teikon, que atua na manufatura de produtos eletrônicos, nas áreas de automação comercial e industrial, informática, telecomunicação, entre outros.
Ricardo Felizzola, presidente do conselho de administração da Teikon, afirma que a captação dará continuidade ao plano de expansão. "Nossos negócios, nos últimos anos, têm crescido a uma taxa elevada, de 50% ao ano", diz.
Ele identifica elevada demanda pelas atividades da empresa diante, por exemplo, dos incentivos para a venda de notebooks e do apelo para a compra de TVs de tela plana.
A Teikon ainda não fechou um valor para a captação, mas Felizzola avalia que ela estará dentro da faixa que acredita estar sinalizada para o Bovespa Mais, de R$ 20 milhões a R$ 100 milhões. "Se houver condições favoráveis no mercado, a intenção é colocar a operação na rua já neste ano", diz o executivo. No ano passado, a Teikon registrou faturamento bruto de R$ 115 milhões e, há três anos, busca um alinhamento com o mercado de capitais, adotando práticas de governança.
A segunda apresentação será a da Galena, de Campinas (SP), distribuidora de matérias-primas para os setores farmacêutico e alimentício. O presidente da empresa, Ranan Kartz , afirma que este ano a Galena começou a intensificar esforços para consolidar atuação no segmento de dermocosméticos - produtos que têm ação intermediária entre medicamentos e cosméticos.
A empresa espera que em cinco anos poderá consolidar a operação e ter fatia de 10% neste nicho do mercado. Em 2007, o faturamento da Galena foi de R$ 92 milhões e a expectativa é que, em 2008, alcance R$ 136 milhões.
"Tínhamos a opção de esperar uns dois ou três anos e tentar o Novo Mercado, mas acreditamos que o Bovespa Mais será uma forma de aproximação maior com a cultura dos investidores", diz. "Além disso, também possibilitará a colocação de um valor de mercado para a empresa".
Apesar de analisar de perto a possibilidade de listagem, a Galena não tem estimativas para valor ou prazo da operação. Também não descarta a associação com um fundo de participações, de olho nos ganhos em termos de governança.
Essa opção também não está sendo desconsiderada pela BRQ Informática, de São Paulo, especializada em serviços de tecnologia da informação, e que encerra o evento na bolsa. Benjamin Quadros, presidente da BRQ, afirma que a companhia se prepara para uma segundo rodada de investimentos, depois dos realizados com o aporte de R$ 50 milhões do BNDES, em outubro do ano passado. Segundo ele, nos últimos anos a BRQ comprou seis empresas e no momento negocia possíveis aquisições com outras 20.
Ele não fala em valores, mas acredita que a operação no Bovespa Mais pode sair até o início de 2009. Ano passado, o faturamento da BRQ atingiu R$ 150 milhões, mantendo um crescimento médio superior a 40% ao ano desde a sua fundação, há 15 anos. A empresa tem como meta faturar R$ 200 milhões neste ano.
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