sexta-feira, 13 de junho de 2008

Experiência asiática pode indicar futuro

Na Coréia do Sul, nunca houve limites e restrições para que os fundos locais investissem no exterior, conta Edward Oh, diretor-executivo da Mirae Asset no Brasil. Investidores coreanos já estão acostumados a acompanhar as empresas brasileiras, conta. No entanto, demorou para isso acontecer, ou seja, para os aplicadores se acostumarem com a renda variável, principalmente fora do país. Segundo Oh, o mercado de ações coreano só conquistou a massa de investidores quando a taxa de juro real do país caiu a um dígito. Hoje, são cerca de dez milhões os investidores de fundos de ações por lá, comenta.


Para ele, essa transformação deverá ocorrer aqui no Brasil também, por isso o otimismo com a nova operação local. E, com essa mudança, Oh espera que haja espaço para novas empresas conquistarem espaço no mercado de gestão de recursos. "Atualmente, para os grandes bancos, é fácil distribuir fundos no Brasil, porque a renda fixa é mais simples, mas isso tenderá a mudar com a maior procura por carteiras com ações." Segundo ele, foi o que ocorreu na Coréia, quando a taxa de juros caiu e os gestores ligados a bancos perderam terreno.

Jonathan Jung, que estará à frente do futuro banco de investimentos da Mirae no Brasil, diz que também viu na Coréia, há alguns anos, crescimento forte do número de milionários e dos serviços de gestão de fortunas e consultoria, como se vê por aqui atualmente. "Com isso, nosso banco de investimentos cresceu rapidamente por lá." Hoje a Mirae Asset, que tem capital aberto, é uma das maiores empresas cotadas na bolsa coreana, com valor de mercado de US$ 3,9 bilhões, segundo a Bloomberg.

Para Oh, a maior revolução percebida no mercado de gestão de recursos da Coréia foi na educação financeira. Segundo ele, a Mirae publica por lá livros para investidores pessoas físicas e até para crianças, mostrando a importância de se diversificar os investimentos, por exemplo. "No entanto, é a taxa de juros que faz toda a diferença."

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