segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Renda fixa também é variável

O artigo abaixo saiu no Valor Economico.
Alerta para o fato de que mesmo no Tesouro Direto, o investidor pode sofrer variações negativas no valor de seu investimento. A rentabilidade prevista só é atingida quando mantemos o papel até o vencimento do papel.

Pra quem tinha dinheiro e aproveitou, tinha oportunidade muito boa de CDB em bancos nestes dois últimos meses, especialmente no auge da crise financeira. Pra valores altos, dava pra conseguir mais do que no Tesouro Direto, tanto no pré quanto no pós. Outra vantagem: CDB não costuma ter taxa de custódia nem corretagem.

O único inconveniente: o Fundo Garantidor de Crédito garante depósitos somente até R$60 mil.


O mais recente capítulo da crise financeira global originada no "subprime" americano expôs aos investidores um risco bem específico nas aplicações de renda fixa: o de oscilação de preços. Nos fundos, alguns dias com cota negativa. No Tesouro Direto, perdas relevantes, comparáveis aos prejuízos na bolsa. Papéis longos como as Notas do Tesouro Nacional - série F (NTN-F, prefixadas) e as Notas do Tesouro Nacional - série B (NTN-B, indexadas ao IPCA) chegaram a exibir, respectivamente, desvalorizações de 10,62% e 15,60% só em outubro. No ano, as perdas chegam a 7,5% nos títulos vinculados a preços e esbarram nos 6% nos prefixados. Mas o que o aplicador deve fazer ao se deparar com variações de tal proporção? Nada.

Assim como na bolsa, se vender os ativos agora, abaixo do valor adquirido, o investidor transformará o seu prejuízo, que por enquanto é contábil, em perda real. O melhor a fazer é levar os papéis até o vencimento, diz Fernando Marques, da Ativa Corretora. Conforme exemplifica, um aplicador que tenha comprado um lote de Letras do Tesouro Nacional (LTN, prefixadas) com resgate em janeiro de 2010 há seis meses, contratando um retorno na casa dos 13% ao ano, se quiser sair com a taxa atual, de 15%, pode levar para casa menos do que investiu. "Se ficar com os títulos até o final, o pior que pode acontecer é ter realizado um mau negócio", afirma, referindo-se ao chamado custo de oportunidade, de perder a chance de ver o seu dinheiro investido numa alternativa mais promissora.

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