sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Varejistas

Vai reportagem sobre a Les Lis Blanc, saiu na Gazeta Mercantil.
Os homens que não conhecem a loja, tentem falar com sua namorada ou esposa.

Mas investir em ações de varejistas, não sei não, não gosto muito. Varejo é lugar onde ainda tem muita empresa familiar e pequena, vida muito dura para quem é grande.

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Desde meados de 2008, o setor de varejo de vestuário não é apontado entre os prediletos dos analistas de investimento, já que o cenário é de inflação dos alimentos, provocando reversão do foco de gastos, e retração de crédito para consumo. Mas os indicadores são potencialmente prejudiciais para as varejistas focadas em classe média e baixa, já que a classe média alta e alta não é tão dependente deste tipo de crédito. Isso explica como a Le Lis Blanc tem mantido um desempenho na BM&F Bovespa acima de seus pares.

A rede não está imune à crise econômica e à evasão dos investidores da renda variável, acumulando queda de 49,92% no ano (até 03/12). No mesmo período, a Lojas Marisa, por exemplo, recuou 60,78% e a Guararapes (controladora da Riachuelo), 71,54%. A companhia, focada em vestuário de moda feminina de alto padrão, fez abertura de capital no ano passado, quando captou R$ 150,18 milhões. A empresa conseguiu aproveitar o bom momento do mercado de capitais para se listar no Novo Mercado da Bovespa, enquanto muitos analistas avaliavam que só tinha porte para uma listagem no Bovespa Mais.

A captação viabilizou o início da mudança no plano de negócios, que inclui o foco em lojas próprias, reduzindo o número de unidades licenciadas, e aumentando área de vendas em pontos mais padronizados. No terceiro trimestre, a receita bruta foi de R$ 72,5 milhões, contra R$ 47,2 milhões no mesmo período de 2007, um aumento de 53,7% - no universo de lojas próprias, o crescimento de vendas foi de 104,9%.

A rede encerrou o trimestre com 27 lojas próprias e quatro licenciadas, sendo que das dez inaugurações, sete foram conversões de licenciadas. A meta era abrir mais três lojas no quarto trimestre. As corretoras que acompanham a empresa indicavam a compra dos papéis, ao final do segundo semestre. A Merrill Lynch dava preço-alvo de R$ 10,00 e o Morgan Stanley, de R$ 8,50, papel que hoje é negociado na casa dos R$ 3,50. Apesar da mudança de cenário, com aperto econômico e reversão de crescimento do País e do mundo, as corretoras ainda não divulgaram uma revisão desses valores. Para Alberto Serrentino, sócio da consultoria especializada em varejo Gouvêa de Souza & MD, o aperto econômico não representará necessariamente uma redução dos negócios no comércio de vestuário. "É prematuro decretar que vai haver queda de vendas no segmento. A Le Lis Blanc está focada na categoria premium, que não perde a capacidade de consumo de uma hora para outra", avalia o consultor. "Já houve no passado retração econômica em que o segmento de vestuário se beneficiou, já que a aversão ao risco faz os consumidores postergarem ou cancelarem dívidas maiores e de longo prazo, destinando mais renda para semiduráveis."

Ele avalia que as redes de departamento são mais dependentes da eficiência operacional, logística e crédito, mas em rendas mais altas a qualidade do produto ganha peso. "Além disso, no segmento de moda rápida, em que estão Le Lis, H&M, Zara, ter lojas próprias dá mais agilidade ao processo decisório, em redes com alto giro de estoque e renovação permanente de linha", afirma Serrentino.

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