terça-feira, 30 de setembro de 2008

Réquiem para o shadow banking system

O desenrolar da crise financeira, iniciada com a inadimplência das hipotecas americanas de alto risco (subprime) e a desvalorização dos imóveis e dos ativos lastreados em hipotecas, a partir de junho de 2007, foi explicitando o papel complexo e obscuro desempenhado por um conjunto de instituições financeiras. Essas instituições - bancos de investimento, hedge funds, fundos private equity, diferentes veículos especiais de investimento, companhias hipotecárias (Fannie Mae e Freddie Mac), seguradoras, fundos de investimento - funcionavam como banco, sem sê-lo.

Isto é, captavam recursos no curto prazo, operavam altamente alavancadas e investiam em ativos de longo prazo e ilíquidos. Mas, diferentemente dos bancos, eram displicentemente reguladas e supervisionadas, sem reservas de capital, sem acesso aos seguros de depósitos, às operações de redesconto e às linhas de crédito de última instância dos bancos centrais. Dessa forma, eram altamente vulneráveis, seja a uma corrida dos investidores (saque dos recursos ou desconfiança dos aplicadores nos mercados de curto prazo), seja a desequilíbrios patrimoniais. O conjunto dessas instituições tem sido chamado de shadow banking system, vale dizer, um "sistema bancário na sombra" ou paralelo.

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Tomar dinheiro de curto prazo para financiar a longo prazo, que maluco. No meu tempo, não passava nem do primeiro ano da faculdade...

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