Com 16,9% de participação, a BrOi seria menor que as suas três concorrentes. Os números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para fevereiro, no entanto, mostraram que a Oi foi a empresa que mais cresceu no mês passado, com 439 mil adições líquidas, apesar de sua atuação estar restrita a 16 Estados. A BrT registrou um aumento de 217 mil clientes em sua base, ficando à frente da Vivo, líder do mercado celular, que ganhou 203 mil assinantes.
"A expectativa é que, se não houver nenhum grande empecilho, o processo de aquisição leve pelo menos seis meses e seja concluído lá pelo final do ano", afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. Segundo ele, o aumento da escala trazido pela aquisição da BrT fortaleceria a atuação da Oi em São Paulo, o que poderia levar a um aumento da competição em internet rápida e, posteriormente, até na telefonia fixa.
"Para o consumidor não existem benefícios aparentes, a não ser um pouco mais de competição na telefonia móvel", afirmou o analista Júlio Puschel, da consultoria The Yankee Group. A BrOi seria líder em banda larga, com 40% do mercado nacional. A Telefônica ficaria em segundo, com 26,6%, e a Net em terceiro (18,4%).
Oi e Brasil Telecom teriam fechado acordo
A disputa societária que emperrava a compra da operadora de telefonia Brasil Telecom (BrT) pela também operadora Oi (ex-Telemar) parece ter chegado a um fim. O Citigroup, Opportunity e fundos de pensão, acionistas em ambas as empresas, alcançaram na quinta-feira à noite um acordo verbal para colocar um fim a todas as pendências judiciais, no Brasil e no exterior, de acordo com fontes diretamente envolvidas na operação.
Os grupos à frente da negociação para a compra da BrT - Andrade Gutierrez, de Sérgio Andrade, e La Fonte, de Carlos Jereissati - haviam fixado o dia 27 deste mês como prazo limite para os demais sócios entrarem em um acerto.
Segundo fonte ligada ao bloco de controle do grupo Oi, a retirada das ações judiciais "destrava o processo e permite prosseguir com a operação de compra". Ele observou que o acerto entre Citi, Opportunity e fundações para retirar as pendências judiciais deverá ser rápido, já que suas documentações estão bastante avançadas.
O fato relevante formalizando a compra deve sair nos próximos dias, podendo ser publicado já na semana que vem, conforme outro interlocutor. Porém, a assinatura do contrato entre as empresas estará condicionada à mudança do Plano Geral de Outorgas (PGO), decreto-lei que hoje proíbe a união entre teles de áreas de concessão diferentes. Essa mudança na regulamentação já está sendo preparada pelo governo.
Conforme uma das fontes, também estão em estágio "bastante avançado" os acertos envolvendo a governança corporativa da nova empresa e a documentação referente à compra da BrT, que deve girar entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5,2 bilhões pelo bloco de controle da Oi.
Embora tenha se mostrado satisfeito com o fato de a principal trava à operação ter sido derrubada, esta fonte observou que os compradores só poderão comemorar realmente quando os órgãos reguladores aprovarem a operação e o "cheque for descontado". (AE)
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