domingo, 23 de março de 2008

Federal Reserve sem reservas


Nesta crise do sistema financeiro, o Fed não tem medido esforços em atender as exigências do mercado e, com a ajuda emergencial aos bancos em apuros, já detonou metade de suas reservas totais.

Em ampla reportagem no caderno de economia do Globo deste domingo, o riscos do problema se tornar uma ameaça global é destacado e está ficando mais latente. Em cada intervenção de salvamento a quantidade de dinheiro vai diminuindo, e dos U$800 bilhões iniciais resta apenas a metade deste valor. O maior perigo é, no caso de novas instituições precisarem de socorro, as reservas do BC americano não serem suficientes para preservar a liquidez e eles tenham que acionar a fábrica de moedas (Bureau of Engravement and Printing) para emitir mais dinheiro - o que vai acelerar ainda mais as pressões inflacionárias, com sérias possibilidades de descontrole nos números.

A esta altura o comando da crise já não está mais preocupado com o aumento dos preços, e a prioridade é segurar a recessão mesmo que através de medidas desesperadas para incentivar o consumo, como as baixas taxas de financiamento que fizeram os juros praticados atingirem níveis reais negativos.

Dinheiro fácil e barato para quem levantar a mão pode trazer consequências drásticas. Mas a possibilidade de levarem calotes também já deve estar contabilizada. O buraco é mais embaixo e o tamanho do rombo não pára de alargar. A paranóia de perdeu suas economias é intensa na população e uma nova corrida para saques pode gerar um efeito cascata com dimensões inimagináveis. A garantia aos depósitos dos investidores se restringe a 100 mil dolares por banco, e como a credibilidade no sistema anda baixa, quanto menos instituições saudáveis, menor as alternativas de diversificarem suas aplicações.

A situação é grave.

Para continuarmos lucrando na bolsa é preciso saber o momento de saber realizar os ganhos (ou até assumir menores prejuízos) para termos condições de aproveitar novas oportunidades que venham a surgir. Ninguém entra na renda variável apenas para correr riscos e sobreviver. O objetivo é aumentar o patrimônio e, para isto, tem horas que a renda fixa se mostra como um porto relativamente seguro, garantindo a remuneração do capital. Mesmo reduzidos pela queda da Selic, os juros reais ainda são convidativos, sendo melhor ganhar pouco do que se arriscar a perder muito. Até a coisa acalmar os repiques devem ser vistos com cautela, apenas para operações no curto prazo, ou de saída honrosa das posições para reavaliar o mercado.


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