domingo, 30 de março de 2008

A Super Tele = Oi Brasil Telecom (TNLP + BRTP)

BrOi será 4ª empresa nacional de celular

A BrOi, como está sendo chamada a empresa resultante da compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (antiga Telemar), seria a quarta operadora nacional de telefonia celular do País, competindo com a Vivo, a TIM e a Claro. "Juntas, as empresas ganham competitividade, o que não é bom para as concorrentes de telefonia móvel", afirmou a analista Luciana Leocádio, da Ativa Corretora. A Oi possui uma licença de celular para São Paulo, onde nenhuma das duas ainda opera.

Com 16,9% de participação, a BrOi seria menor que as suas três concorrentes. Os números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para fevereiro, no entanto, mostraram que a Oi foi a empresa que mais cresceu no mês passado, com 439 mil adições líquidas, apesar de sua atuação estar restrita a 16 Estados. A BrT registrou um aumento de 217 mil clientes em sua base, ficando à frente da Vivo, líder do mercado celular, que ganhou 203 mil assinantes.

"A expectativa é que, se não houver nenhum grande empecilho, o processo de aquisição leve pelo menos seis meses e seja concluído lá pelo final do ano", afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. Segundo ele, o aumento da escala trazido pela aquisição da BrT fortaleceria a atuação da Oi em São Paulo, o que poderia levar a um aumento da competição em internet rápida e, posteriormente, até na telefonia fixa.

"Para o consumidor não existem benefícios aparentes, a não ser um pouco mais de competição na telefonia móvel", afirmou o analista Júlio Puschel, da consultoria The Yankee Group. A BrOi seria líder em banda larga, com 40% do mercado nacional. A Telefônica ficaria em segundo, com 26,6%, e a Net em terceiro (18,4%).

Oi e Brasil Telecom teriam fechado acordo

A disputa societária que emperrava a compra da operadora de telefonia Brasil Telecom (BrT) pela também operadora Oi (ex-Telemar) parece ter chegado a um fim. O Citigroup, Opportunity e fundos de pensão, acionistas em ambas as empresas, alcançaram na quinta-feira à noite um acordo verbal para colocar um fim a todas as pendências judiciais, no Brasil e no exterior, de acordo com fontes diretamente envolvidas na operação.

Os grupos à frente da negociação para a compra da BrT - Andrade Gutierrez, de Sérgio Andrade, e La Fonte, de Carlos Jereissati - haviam fixado o dia 27 deste mês como prazo limite para os demais sócios entrarem em um acerto.

Segundo fonte ligada ao bloco de controle do grupo Oi, a retirada das ações judiciais "destrava o processo e permite prosseguir com a operação de compra". Ele observou que o acerto entre Citi, Opportunity e fundações para retirar as pendências judiciais deverá ser rápido, já que suas documentações estão bastante avançadas.

O fato relevante formalizando a compra deve sair nos próximos dias, podendo ser publicado já na semana que vem, conforme outro interlocutor. Porém, a assinatura do contrato entre as empresas estará condicionada à mudança do Plano Geral de Outorgas (PGO), decreto-lei que hoje proíbe a união entre teles de áreas de concessão diferentes. Essa mudança na regulamentação já está sendo preparada pelo governo.

Conforme uma das fontes, também estão em estágio "bastante avançado" os acertos envolvendo a governança corporativa da nova empresa e a documentação referente à compra da BrT, que deve girar entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5,2 bilhões pelo bloco de controle da Oi.

Embora tenha se mostrado satisfeito com o fato de a principal trava à operação ter sido derrubada, esta fonte observou que os compradores só poderão comemorar realmente quando os órgãos reguladores aprovarem a operação e o "cheque for descontado". (AE)

quarta-feira, 26 de março de 2008

BOVH3 + BMEF3

Acionistas da Bovespa conseguem prêmio na fusão com a BM&F

Os acionistas da Bovespa Holding têm mais motivos para comemorar a fusão com a Bolsa de Mercadorias e Futuros S.A., além do fato de que passarão a ser sócios da terceira maior bolsa de valores do mundo – e a segunda maior das Américas. Eles também conseguiram, na negociação, um prêmio por seus papéis. Baseado no fechamento dos papéis de ambas nesta terça-feira (26/3), a Bovespa vale 548 milhões de reais a mais que a BM&F. O prêmio em dinheiro que os detentores de papéis da Bovespa receberão, porém, é de 1,24 bilhão de reais – 2,3 vezes maior.

A Bovespa fechou o pregão com valor de mercado de 17,529 bilhões de reais, ante 16,891 bilhões da BM&F. O modelo de fusão anunciado na noite desta terça-feira prevê a criação de uma companhia batizada, por ora, de Nova Bolsa. Os acionistas receberão uma ação da Nova Bolsa para cada papel atual da Bovespa e da BM&F. Os acionistas da Bovespa receberão, ainda, 1,7582 real por ação.

Relatório da área de pesquisa do Banco Itaú afirma que a estruturação do acordo, com um prêmio maior para os acionistas da Bovespa, visa à criação de “goodwill”, termo em inglês para a contabilização, nos balanços financeiros, de ganhos gerados pela compra de ativos por um valor maior que o contábil, ou de bens intangíveis, como marcas e potencial de valorização do negócio. O banco acrescenta que as ações da Nova Bolsa deverão ser negociadas com um desconto de 3,5% a 20,4% em relação aos papéis das principais bolsas do mundo.

As primeiras reações aos termos da fusão foram positivas. A Nova Bolsa nascerá com um valor de mercado estimado entre 31 e 34 bilhões de reais, conforme os cálculos dos analistas. Além disso, as ações da Bovespa deverão apresentar maior alta que as da BM&F até a conclusão da fusão – que ainda precisa da aprovação dos respectivos acionistas e dos órgãos reguladores. “Acreditamos que as ações da Bovespa Holding tenderão a ter valorização maior que as da BM&F”, afirma relatório da corretora SLW.

A expectativa deu sinais de que pode se confirmar. No pregão desta quarta-feira (26/3), as ações ordinárias da Bovespa (BOVH3) fecharam em alta de 5,63%, negociadas a 26,25 reais. As da BM&F (BMEF3) recuaram 1,67%, a 16,52 reais. Enquanto isso, o Ibovespa, principal indicador do pregão, encerrou o dia em alta de 0,30%, a 61.415 pontos.

Fonte: Exame

segunda-feira, 24 de março de 2008

Repicantes

Ibovespa fecha em alta de 1,40%; Vale PNA sobe 4,75%

A nova oferta feita pelo JP Morgan para comprar o banco Bear Stearns e o resultado surpreendente das vendas de imóveis usados nos EUA em fevereiro são as principais justificativas para o comportamento em elevação das bolsas americanas nesta segunda (24) e, por tabela, da Bovespa.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, encerrou esta segunda em alta de 1,40%, aos 59.812,5 pontos. No melhor momento do pregão, no início da tarde, chegou a recuperar os 61 mil pontos, ao bater na máxima de 61.083 pontos (+3,55%). Na mínima desta segunda, registrou 58.994 pontos (+0,01%). No mês, a Bolsa acumula perdas de 5,79% e, no ano, de 6,38%. O volume financeiro negociado totalizou R$ 4,836 bilhões, o menor de março. Nos EUA, o índice Dow Jones fechou em alta de 1,52%, o S&P teve elevação de 1,53% e o Nasdaq, de 3,04%.

Além do comportamento em elevação das bolsas americanas, o pregão doméstico contou com um empurrão dos papéis da Vale, que fecharem com acréscimo acentuado. As ações ON subiram 5,16% e as PNA, mais líquidas, avançaram 4,75%, com giro de R$ 516,895 milhões. As ações foram estimuladas pela recomendação de compra de seus ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) feita pelo banco de investimentos Goldman Sachs e também pela perspectiva de manutenção da demanda do minério de ferro em elevação, apesar da crise, conforme análise do diretor-executivo de Finanças da Vale, Fábio Barbosa. Segundo ele, em 2012 a produção da Vale de minério de ferro será 50% maior que em 2007 e as produções de cobre e níquel serão dobradas no mesmo período.

Já o que favoreceu os ganhos nos EUA foi principalmente a notícia de que o JP Morgan vai pagar cinco vezes mais por cada ação do Bear Stearns: em vez dos US$ 2 previstos inicialmente, a oferta agora é de US$ 10. O mercado gostou, assim como apreciou o aumento das vendas de imóveis usados em fevereiro pela primeira vez em sete meses.

domingo, 23 de março de 2008

Federal Reserve sem reservas


Nesta crise do sistema financeiro, o Fed não tem medido esforços em atender as exigências do mercado e, com a ajuda emergencial aos bancos em apuros, já detonou metade de suas reservas totais.

Em ampla reportagem no caderno de economia do Globo deste domingo, o riscos do problema se tornar uma ameaça global é destacado e está ficando mais latente. Em cada intervenção de salvamento a quantidade de dinheiro vai diminuindo, e dos U$800 bilhões iniciais resta apenas a metade deste valor. O maior perigo é, no caso de novas instituições precisarem de socorro, as reservas do BC americano não serem suficientes para preservar a liquidez e eles tenham que acionar a fábrica de moedas (Bureau of Engravement and Printing) para emitir mais dinheiro - o que vai acelerar ainda mais as pressões inflacionárias, com sérias possibilidades de descontrole nos números.

A esta altura o comando da crise já não está mais preocupado com o aumento dos preços, e a prioridade é segurar a recessão mesmo que através de medidas desesperadas para incentivar o consumo, como as baixas taxas de financiamento que fizeram os juros praticados atingirem níveis reais negativos.

Dinheiro fácil e barato para quem levantar a mão pode trazer consequências drásticas. Mas a possibilidade de levarem calotes também já deve estar contabilizada. O buraco é mais embaixo e o tamanho do rombo não pára de alargar. A paranóia de perdeu suas economias é intensa na população e uma nova corrida para saques pode gerar um efeito cascata com dimensões inimagináveis. A garantia aos depósitos dos investidores se restringe a 100 mil dolares por banco, e como a credibilidade no sistema anda baixa, quanto menos instituições saudáveis, menor as alternativas de diversificarem suas aplicações.

A situação é grave.

Para continuarmos lucrando na bolsa é preciso saber o momento de saber realizar os ganhos (ou até assumir menores prejuízos) para termos condições de aproveitar novas oportunidades que venham a surgir. Ninguém entra na renda variável apenas para correr riscos e sobreviver. O objetivo é aumentar o patrimônio e, para isto, tem horas que a renda fixa se mostra como um porto relativamente seguro, garantindo a remuneração do capital. Mesmo reduzidos pela queda da Selic, os juros reais ainda são convidativos, sendo melhor ganhar pouco do que se arriscar a perder muito. Até a coisa acalmar os repiques devem ser vistos com cautela, apenas para operações no curto prazo, ou de saída honrosa das posições para reavaliar o mercado.


sábado, 22 de março de 2008

quinta-feira, 20 de março de 2008

Guia Completo de Investimentos

Recebi esta newsletter da Editora Abril e considero que vale a pena compartilhar com os leitores por tratar-se de um guia completo sobre investimentos de uma forma geral, e não apenas explicando como continuar "Lucrando na Bolsa", apresentando um conteúdo bastante abrangente em uma linguagem muito simples e acessível.

Dentre os tópicos destacam-se:

Investimentos:

Conheça três tipos de aplicações que fazem suas economias crescerem mais rápido


Poupança


Mesmo ganhando pouco você pode garantir um futuro livre de preocupações


Dívidas

Conheça 6 dicas essenciais para acabar com as dívidas e sair do vermelho


Financiamentos

Confira as melhores opções


Negócio Próprio

Com disposição e atitude, dá para garantir grana extra e aumentar a poupança


E mais...

http://www.abril.com.br/financas-investimentos/

Uma Boa Páscoa a todos!


terça-feira, 18 de março de 2008

Fechamento de Capital

Vem aí uma nova onda no mercado: a recompra de ações.

Depois das IPOs, as OPAs!

EPA, EPA, EPA!!! Muita calma nessa hora!

Muitas empresas que fizeram IPOs recentemente, colocando seus papéis no mercado com preços nas alturas, e assim financiaram seu crescimento a custos baratos, estão agora estudando uma oferta para recomprarem seus papéis. Algumas podem até fechar seu capital.

O argumento para isso é que as cotações dos ativos em mercado ficaram muito aquém das expectativas e não refletem o potencial de geração de lucros das empresas. Pode ser...

Mas alguns casos chegam a ser espantosos. Vejam a GOL: quem lembra a quanto saiu sua oferta primária. A ação ainda valorizou bastante pela procura inicial dos papéis e chegou a sair acima de R$80. Agora na casa dos R$20, os seus controladores pensam em reavê-los. Que operação fantástica!

E não fica só neste exemplo. Tem muito mais por ai, basta pesquisar!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Medidas para estimular exportações


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou oficialmente na noite desta quarta-feira (12) as três primeiras medidas para conter a valorização do real e estimular as exportações brasileiras. Segundo ele, o resultado favorável do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) com o aquecimento da economia, principalmente no segundo semestre de 2007, elevou as importações e reduziu o superávit comercial.

De acordo com o ministro, a crise do crédito de segunda linha (subprime) nos EUA, que levou a uma desvalorização do dólar, ajudou em uma valorização do real. Por isso, disse o ministro, o governo, preocupado em manter o crescimento sustentado, está dando início a medidas para estimular as exportações, sobretudo de manufaturados. "São as primeiras medidas, de modo que mantenhamos o pólo dinâmico da economia brasileira", disse Mantega.

As três medidas cambiais anunciadas nesta quarta entrarão em vigor na segunda-feira (17). São elas: eliminação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre exportações brasileiras, o que representará uma perda de arrecadação de R$ 2,2 bilhões por ano; fim da cobertura cambial, o que significa que os exportadores poderão deixar todas as suas receitas no exterior (atualmente, há um limite de 30% das receitas); e aplicação de alíquota de 1,5% do IOF sobre aplicações financeiras de estrangeiros em renda fixa e nos títulos do Tesouro Nacional, as chamadas aplicações de portfólio. Mantega explicou que o IOF será cobrado em cada operação. "O dinheiro entrou, ele (investidor estrangeiro) converte em reais e paga 1,5% de IOF sobre todo o capital", explicou o ministro. Mantega destacou que continuarão isentas de IOF aplicações na Bolsa de Valores, em oferta pública inicial de ações (IPO), empréstimos estrangeiros, investimento estrangeiro direto, operações de derivativos de renda variável e operações de derivativo de índice de ações.

Mantega declarou que o forte aumento do investimento estrangeiro em renda fixa e títulos do Tesouro Nacional motivou a criação da alíquota do IOF para essas aplicações. Segundo ele, em janeiro de 2008 esses investidores trouxeram US$ 1,6 bilhão para esses segmentos. Em janeiro de 2007, o montante somava valor menor que 10% dessa cifra. "Quando a CPMF acabou, não colocamos nada em seu lugar. Isso aumentou o rendimento dessas aplicações", explicou Mantega, ao anunciar que a nova alíquota de 1,5% vai reduzir a rentabilidade dessas aplicações, principalmente nas operações de curto prazo. "Isso vai diminuir o diferencial de juros (diferença entre o juro do Brasil e o de outros países) e, com isso, vamos diminuir o fluxo (de dólares) e pressionar menos a cotação do real", comentou. Nos investimentos de longo prazo, segundo o ministro, o custo extra será diluído e, portanto, não deve pesar sobre a rentabilidade.

Mantega disse que as medidas cambiais não devem surtir efeito imediato nas cotações do dólar. Segundo ele, as propostas são apenas iniciais e sinalizam o começo de um trabalho da equipe econômica para incentivar as exportações. "Não vai haver uma reviravolta. Não espero que haja grande mudança no câmbio, mas tudo isso sinaliza uma mudança", afirmou. Mantega afirmou que o governo tem sido pautado por medidas graduais e que as decisões anunciadas nesta quarta reforçam este comportamento. Para ele, as exportações e o câmbio devem repercutir as ações apenas ao longo do tempo.

O ministro informou ainda que as três decisões foram aprovadas em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), que ocorreu por meio de teleconferência, e que as medidas serão publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira (13).

terça-feira, 11 de março de 2008

Eletrobrás ON - ELET3

O novo presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz, disse nesta segunda-feira que a empresa vaia avaliar a possibilidade de emissão de novas ações a investidores minoritários para elevar o caixa da empresa. Muniz não informou detalhes do plano, mas afirmou que vai apresentar um plano de trabalho que incluirá a questão na próxima reunião do Conselho de Administração, marcada para maio.

"Ainda não sei [sobre quanto do capital seria aberto], estou chegando agora. Já tenho estudos desenvolvidos internamente, mas deveremos passar todosm os estudos com consultorias especializadas, para poder então, levar à frente", afirmou, após cerimônia de posse realizada na ACRJ (Associação Comercial do Rio de Janeiro).

Para Muniz, a Eletrobrás tem condição de liquidez bastante elevada. O que atrapalha a empresa, explicou, são "amarras" que, segundo ele, fazem com que a empresa venha perdendo valor de mercado. Entre essas amarras, está a obrigatoriedade de a Eletrobrás ser submetida à Lei 8.666, que rege as licitações. Por isso, ressaltou a importância da MP 396, que será votada amanhã no Senado, que permite que a Eletrobrás tenha controle em sociedades com empresas privadas.

"Tem essa MP que será votada amanhã que tira uma porção de amarras. Mas o principal é vamos redefinir o papel da gestão da corporação. A questão do papel da holding, da aplicação de mecanismos que dão mais flexibilidade, tipo um regimento próprio de licitação, e não meramente a aplicação da lei 8.666, que limita muito. Então, vamos ter uma empresa renovada com esses instrumentos que esperamos que sejam consolidadas o mais breve possível"

Continua

sexta-feira, 7 de março de 2008

Bradesco vira líder em home broker

Com a compra da corretora Ágora por 830 milhões de reais, o Bradesco passa a liderar o segmento de home broker no Brasil. A instituição contará com 165.000 clientes, que em 2007 movimentaram 58 bilhões de reais.

Inicialmente, as estruturas das corretoras Bradesco e Ágora serão mantidas independentes. “Não vai mudar nada, nem para os funcionários, nem para os clientes”, disse o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, destacando que não haverá canibalização. “As duas corretoras têm mostrados resultados muito bons na conquista de clientes. Não há motivos para eliminar um dos dois modelos”, afirma.

Segundo Cypriano, menos de 10% dos investimentos no Brasil são feitos em ações. Nos Estados Unidos, esse valor ultrapassa os 60%. “Temos, portanto, um mercado com grande potencial de crescimento e essa expansão deve ser acelerada”, diz. A instituição, no entanto, não deve lançar promoções para atrair clientes. "Os valores de corretagem em ambas as corretoras permanecerão os mesmos, e todos os serviços que são oferecidos hoje serão mantidos."

Dos 830 milhões de reais envolvidos no negócio, 500 milhões de reais referem-se à corretora e 330 milhões de reais às ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e da Bolsa de Mercadoria & Futuros (BM&F) detidas pela Ágora. As instituições negociavam desde o ano passado e, no acordo firmado nesta quinta-feira (6/5), ficou definido que o pagamento será feito por meio de ações do Bradesco Banco de Investimentos (BBI). Dessa forma, os ex-donos da Ágora passam a deter 8% de participação no BBI e, caso desejem se desfazer das ações, o Bradesco terá prioridade na compra dos papéis.

A operação, de acordo com o diretor de Relações com Investidores do Bradesco, Milton Vargas, não deverá afetar as ações do banco na Bovespa. “Dados os resultados da Ágora, o impacto da compra no balanço deve ser neutro no primeiro ano e gerar ganhos a partir do segundo ano”, afirma.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Friboi Internacional

JBS compra três empresas estrangeiras por mais de US$1 bilhão

A brasileira JBS, maior produtora de carne bovina do mundo, anunciou nesta terça-feira a aquisição das norte-americanas National Beef e Smithfield Beef e da australiana Tasman, por valores que somados superam 1 bilhão de dólares, em dinheiro e ações.

De acordo com comunicados da empresa divulgados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira, os negócios fazem parte "da estratégia de globalização da JBS" e representam passos importantes "na conclusão do plano de investimentos para a construção de uma sustentável plataforma de abate, produção e comercialização de carne nos Estados Unidos e na Austrália".

A soma dos três acordos chega a 1,275 bilhão de dólares.

Em cada um dos três comunicados, a empresa afirma que "a aquisição incrementará a capacidade da JBS de atender a demandas específicas de seus clientes e proporcionará economias de escala e eficiências operacionais, gerando valor aos seus acionistas".

A JBS informou que comprará as ações da Smithfield Beef Group por 565 milhões de dólares, da National Beef Packing Company por 560 milhões de dólares, e da Tasman por 150 milhões de dólares.

Os negócios com a Smithfield Beef e com a Tasman serão pagos inteiramente em dinheiro, mas o acerto com a National Beef será feito com 465 milhões de dólares em dinheiro e aproximadamente 95 milhões em ações de emissão da JBS, disse a companhia brasileira.

"Para fazer frente às obrigações financeiras estabelecidas nos contratos que tratam das três aquisições... bem como às despesas incorridas pela companhia nessas operações, será realizada uma subscrição privada de novas ações da JBS no montante de 2,55 bilhões de reais, ao preço de emissão de 7,07 reais por ação", afirmou a JBS em outro comunicado.

A Smithfield Beef possui quatro plantas de abate de bovinos, uma graxaria e uma transportadora nos EUA e processa aproximadamente 680 mil toneladas de carne bovina in natura por ano, segundo a JBS. No período de 12 meses terminado em outubro do ano passado, a empresa teve receita líquida de cerca de 2,8 bilhões de dólares.

A National Beef é dona de três instalações de abate de bovinos, duas de processamento de cortes de carne embalados e customizados, uma para produtos porcionados e uma transportadora, afirmou a empresa brasileira. Em 2007, a empresa norte-americana teve receita líquida de 5,6 bilhões de dólares e processou 3,9 milhões de cabeça de gado.

A Tasman tem a propriedade de seis plantas de abate e uma unidade de confinamento na Austrália. No ano passado, a empresa teve receita líquida de 464,7 milhões de dólares e processou 2,7 milhões de bovinos e animais de pequeno porte, sempre de acordo com informações da JBS.

A companhia brasileira realizará reunião com investidores na quarta-feira para apresentar a operação com mais detalhes.

Fonte: Reuters

Saiba mais em www.jbs.com.br/ri

sábado, 1 de março de 2008

O Novo Milagre Brasileiro

Nas duas últimas semanas, o presidente Lula e ministros da área econômica festejaram os bons resultados da economia brasileira no ano passado, especialmente o elevado estoque de reservas e do fluxo de capitais.

Como bons prestidigitadores, atribuíram tal desempenho às virtudes da política econômica do governo, que seria baseada em inovadores princípios de gestão monetária e fiscal. Nesse tipo de análise, presidente e equipe econômica foram socorridos por economistas governistas e palpiteiros conhecidos.

Em nenhum momento, contudo, eles citam qual ingrediente da política econômica foi responsável pelo abastecimento excepcional de dólares que o país experimenta desde 2003. O argumento mais utilizado é a clarividência de Lula e a determinação do PT, qualidades que, mesmo com generosidade, não consigo identificar no governo.

Economistas da qualificação de Raul Velloso, Eliana Cardoso e Gustavo Franco atribuem o sucesso econômico do país à China, que desde 2003 tornou-se o principal destino das nossas exportações de commodities, especialmente minérios e alimentos.

Em recente artigo no Valor, Eliana demonstra por meio de gráfico como o resultado da balança comercial está associado às vendas de soja e ferro para os chineses e especula sobre a influência da recessão americana nos preços desses produtos e no crescimento da economia em 2008.

Conhecido consultor sugere, brincando, que ao lado da fotografia do presidente Lula, os gabinetes do governo deveriam ostentar fotografia do presidente da China, Hu Jintao, como forma de agradecer patrioticamente o papel estratégico que Pequim tem desempenhado na performance econômica brasileira.

Para a maioria dos especialistas, tão cedo essa situação não se alterará, até porque a China não tem espaço para crescimento de fronteira agrícola e a política de industrialização que depende de minérios é coisa para mais de uma década. O que Lula e ministros deveriam fazer, em vez de ocultarem a verdadeira razão do boom econômico, é tirar partido dele, investindo, por exemplo, corretamente em educação. Consulte o desempenho do Brasil nessa matéria para saber onde foram parar os superávits dos últimos cinco anos.


José Negreiros