quarta-feira, 14 de novembro de 2007

CESP3 - Cesp ON

Quebrando a sequência em ordem alfabética, trago para avaliação dos senhores o cenário da Companhia Energética de São Paulo - CESP.

Há muito vem se fando em venda dos ativos em posse do governo do estado de SP. Noticiaram, inclusive, que o Citibank já foi contratado para acelerar esta operação. Ações em carteira que seriam pulverizadas em ofertas para atrair outros acionistas minoritários (embora quem geralmente fica com o "grosso" são sempre os estrangeiros). Incluem-se também neste rol os papéis da Sabesp. mas já que estamos considerando aspectos técnicos e fundamentalistas, os números da CESP chamam atenção.

Como para as ações ordinárias da cia. não pode haver uma análise técnica confiável, em vista da sua baixíssima liquidez (o seu rumo, neste momento deve ser mais fruto de decisões políticas e jurídicas), primeiramente vou compartilhar um gráfico comparativo entre o seu desempenho e o do Ibovespa:


Vejam que ela ficou bem para trás e não acompanhou a valorização do índice! Agora - o mais incrível - atente para alguns números da empresa. Como é praxe no mercado as empresas trabalharem com múltiplos, a primeira coisa que salta aos olhos é o fato do valor patrimonial da ação (R$31,36) estar abaixo das suas cotações em mercado (hoje em torno de R$26). Para uma empresa que até pouco tempo atrás tinha um PL negativo, os números atuais (PL= 86) não chegam a assustar. Mas o V/VP abaixo de 1, indica que ela está sub-avaliada na bolsa, e ninguém (ainda mais se tratando de um governo chefiado por partido favorável às privatizações) vai se desfazer de um ativo por menos do que vale. Mesmo (ou principalmente) os políticos, não jogam dinheiro fora. Na pior das hipóteses vai para os seus bolsos - e aí é que está o perigo! A questão de manterem ou não o controle é que ainda não parece definida.

Mas observando a questão dos proventos, constatamos o grande período em que ela deixou de distribuir dividendos - desde 1999. A sua última subscrição foi em 1994! Olhando agora o quadro abaixo, é que vamos entender o porquê:


A empresa não dá lucro!!! Até 2003 só apresentou prejuízos, seja por causa da gestão ou devido a manobras contábeis, não havia mesmo como distribuir o inexistente. A pártir de meados de 2006 ela parece ter "zerado" a pedra: nem verde nem vermelho. Como pode?

Será que dentro da filosofia de Warren Buffet, as suas estratégias contemplariam a possibilidade dele se tornar sócio desta empresa? Uma caixinha de surpresas... ou de Pandora?

Final do ano chegando... e muita gente ainda acredita em Papai Noel. Quem sabe mais uma vez ele vem de saco cheio. Mas isto não é recomendação de investimento, portanto a decisão é pessoal e, por favor, depois não me venham "encher o saco"!

Brincadeirinha... :-)

Olha o que está escrito no Portal do Governo de SP:

A Cesp é a maior empresa de geração de energia do Estado de São Paulo e a terceira maior do Brasil. Ela é responsável por 58% de toda a energia produzida no Estado e por quase 12% de toda a produção nacional. A Companhia opera seis usinas hidrelétricas que totalizarão uma potência instalada de 7.455,3 megawatts no primeiro semestre de 2003.

http://www.saopaulo.sp.gov.br/linha/cesp.htm



2 comentários:

  1. Vale acompanhar o endividamento em Moeda Estrangeira... perceba que com a Valorização do real, isso pode ter causado impactos positivos na sua estrutura contabil...

    Abcs

    Bancotario

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  2. Conselho decide pela privatização da Cesp

    O Conselho Diretor do Programa de Desestatização (PED) aprovou ontem a retomada do processo de venda da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), a terceira maior empresa de geração de energia do País.

    Na reunião, membros do conselho analisaram o modelo e a avaliação feitas pelos bancos Fator e Citi, ambos contratados pelo governo paulista no início de novembro. A empresa será vendida inteira e não fatiada, como se especulou durante algum tempo no mercado.

    A expectativa é que o leilão, na Bolsa de Valores, ocorra ainda no primeiro trimestre de 2008, possivelmente em março. O preço mínimo deve ficar na casa de R$ 45 por ação, o que significaria pagar R$ 14 bilhões pela companhia. Mas, segundo fontes, o preço unitário poderia chegar a R$ 60, elevando o preço total para mais de R$ 20 bilhões.

    O governo do Estado detém, direta e indiretamente, 43,31% do capital total e quase a totalidade do votante (95,31%). Só a Secretaria da Fazenda é dona de 93,68% das ações ordinárias (ON). O governo de São Paulo detém apenas 17,99% das preferenciais (PNB). O restante está no mercado.

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