quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

bovespa reage bem ao Fed e fecha na máxima, em alta de 1,28%

A decisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) sobre a taxa básica de juros dos Estados Unidos foi ao encontro do que previam as apostas majoritárias do mercado financeiro. Assim, depois de passar o dia na retranca, à espera do anúncio, os investidores fizeram o que também era previsto: foram às compras. Na Bovespa, a alta após a decisão do Fed demorou a se firmar, já que houve um momento de forte volatilidade. Mas o índice conseguiu voltar ao patamar de 60 mil pontos, onde encerrou a sessão.

O Ibovespa fechou na máxima do dia, em alta de 1,28%, aos 60.289,4 pontos. Na mínima, atingiu 58.752 pontos (-1,31%). Com o desempenho desta quarta-feira (30), a queda acumulada em janeiro e 2008 foi reduzida a -5,63%. O volume financeiro desta quarta foi mais fraco e somou R$ 5,15 bilhões. Às 18h21, em Nova York, o índice Dow Jones subia 0,96%, o S&P evoluía 0,94% e o Nasdaq tinha ganhos de 1,06%.

Segundo um profissional do mercado, a volatilidade que se seguiu ao anúncio na Bovespa decorreu da falta de novidades da decisão do Fed. "Todo o mundo já estava esperando o corte como foi. E como nos últimos dias a alta da Bolsa foi sustentada por um movimento de tesouraria, estas instituições aproveitaram o momento para vender", justificou.

O Fed cortou a taxa básica e a de redesconto (crédito emergencial para bancos) em 0,50 ponto porcentual, para 3% e 3,5% ao ano, respectivamente. Na semana passada, já havia reduzido ambas, em reunião extraordinária, em 0,75 ponto. O placar do encontro desta quarta foi de 9 a 1 e, depois da reunião, os contratos de juros futuros nos EUA projetavam 100% de chance de um novo corte na reunião do Fed em março, de 0,25 ponto, para 2,75% ao ano. No comunicado em que traz a nova taxa, o Fed avaliou que a redução deve promover um crescimento moderado para a economia, embora os riscos ainda prevaleçam. Além disso, o BC disse que os mercados estão sob um "estresse considerável" e que agirá quando necessário para lidar com os riscos.

Com as medidas para combater a crise dadas, agora resta ao mercado reagir aos indicadores, balanços e notícias sobre o problema que teve origem nos financiamentos imobiliários de alto risco (subprime) - e que ainda está longe de ter uma solução. A única certeza, segundo os profissionais consultados, é que a volatilidade continua, principalmente com indicadores econômicos, que têm sido desencontrados. Nesta quarta, por exemplo, o dado do PIB norte-americano foi ruim (subiu 0,6% no quarto trimestre de 2007, ante projeção de 1,2%, e subiu 2,2% no ano, o valor mais baixo desde 2002), enquanto o número de postos de trabalho criados no setor privado em janeiro atingiu 130 mil, ante estimativas de 45 mil. Ainda é cedo para saber em que ritmo está a economia dos EUA. (AE)

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