segunda-feira, 5 de maio de 2008

Bolsa tem 3º recorde seguido de pontuação

Quem imaginou que a disparada de 8,7% nos dois últimos pregões da semana passada serviria de justificativa para a Bovespa passar por uma realização de lucros se enganou. Ela até ocorreu no intraday, na segunda linha e com a realocação de carteiras pelos gestores. Mas foi um evento muito pequeno e que não impediu a Bolsa doméstica de registrar seu terceiro recorde consecutivo e encerrar o pregão pela primeira vez na história no patamar de 70 mil pontos.

O Ibovespa subiu 1,17% e fechou em 70.174,9 pontos, acumulando em maio ganho de 3,40% e, no ano, de 9,84%. Após o investment grade, subiu 9,95%. Hoje, o índice oscilou entre a mínima de 69.366 pontos (estabilidade) à máxima de 70.435 pontos (+1,54%). O volume financeiro também cresceu: R$ 7,068 bilhões (preliminar). Em abril, a média diária foi de R$ 6,233 bilhões, de acordo com o site da Bovespa.

Nem mesmo a queda das bolsas norte-americanas impediu a Bovespa de seguir a alta trilhada após o anúncio do investment grade pela S&P, na última quarta-feira. A baixa, justificaram os operadores, decorreu basicamente da queda dos papéis do Yahoo!, após a Microsoft retirar sua oferta de compra pela empresa. A disparada do petróleo, que bateu mais um recorde, também pesou sobre as ações, mas o ISM Serviços serviu de contraponto positivo ao subir mais do que era previsto e situar-se na faixa de 50, o que significa expansão do setor (em abril, o índice sobre a atividade no setor de serviços subiu para 52,0, de 49,6 em março - a expectativa era 49,8).

O petróleo, ao longo da sessão, bateu em US$ 120,21, mas saiu das máximas e fechou no recorde em US$ 119,97, com elevação de 3,14%. A alta foi puxada pela demanda, por novas notícias de problemas com a oferta na Nigéria, maior exportador do produto da África, e planos de greve num porto francês.

No Brasil, a alta do petróleo favoreceu a blue chip Petrobras. As ações ON subiram 2,5% e as PNs, 1,98%. Vale, outra blue chip, também subiu. Hoje, a empresa anunciou um contrato para comprar os direitos minerários e de superfície pertencentes à Mineração Apolo nas cidades de Rio Acima e Caeté (MG).

Na avaliação de um analista,“o Brasil virou o centro das atenções”, e muita gente que não pegou a alta ainda vai aproveitar esse bonde. Desta forma, uma realização de lucros significativa precisaria de um argumento muito forte que, segundo ele, pode ser dado pelo governo brasileiro caso ele venha mesmo a adotar medidas para desestimular a entrada de capital especulativo. O governo, por meio do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, negou a possibilidade de hoje. Segundo ele, há muita especulação sobre o assunto. “É preciso primeiro esperar o ingresso de recursos acontecer”.

Dessa forma, a realização que ocorreu hoje foi setorizada, com os investidores realocando suas carteiras, trocando de papéis. Os bancos, nessa mudança, foram prejudicados e fecharam em baixa. As ações voltadas ao mercado doméstico, como construção e consumo, foram destaques. (AE)

ADRs de brasileiras sobem em NY

Nada como um investment grade. Dos 47 papéis brasileiros negociados em Nova York, 43 registraram alta na semana transcorrida entre 25 de abril e 2 de maio. A construtora Gafisa foi destaque de alta entre os American Depositary Receipts (ADRs) brasileiros. De acordo com o banco de investimento Merrill Lynch, as empresas brasileiras mais beneficiadas são as relacionadas a consumo doméstico, as do segmento de infra-estrutura e as alavancadas.

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