segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Vale tomará de bancos US$ 50 bi para levar Xstrata

Oferta é elevada a US$ 90 bi, segundo a agência Reuters

A Vale aumentou para US$ 90 bilhões a oferta de compra da mineradora anglo-suíça Xstrata e fechou financiamento de cerca de US$ 50 bilhões com oito bancos para a operação, de acordo com a agência Reuters.

A primeira oferta informal, de US$ 76 bilhões, ou 40 libras por ação, foi rejeitada pelos acionistas da Xstrata.

Segundo uma fonte próxima da operação, a Vale aumentou em 17% a proposta, após a Glencore -maior acionista da Xstrata, com 35%- pedir até 48 libras por ação.

A Vale já teria fechado financiamento com Santander, HSBC, BNP Paribas, Lehman Brothers, Credit Suisse, Citigroup, Calyon e Royal Bank of Scotland. Sete deles entrariam com US$ 6,7 bilhões cada um, e um, com US$ 3 bilhões.

Eles estariam procurando crédito de mais US$ 2,5 bilhões.
Um fundo de investimento de Londres que possui ações da trading Glencore International disse que a nova proposta deixa o negócio mais próximo. Segundo um administrador de carteira do fundo, a Glencore não aceitaria menos de 45 libras. "Pediram 48,5 libras. Achamos que está muito perto de a proposta ir para o papel."

No entanto, falta definir o que será pago em ação e dinheiro e se as condições da Glencore, como manter os direitos de comercialização de produtos como níquel, serão aceitas.
"Pela Glencore ela colocava o valor do negócio todo em ações na nova empresa que será formada. Eles acham que um acordo com a Vale faz muito sentido e terá muita sinergia, querem a maior parte possível em ações."

Uma fonte na Vale ouvida pela Reuters disse que o presidente da empresa, Roger Agnelli, e o diretor financeiro, Fábio Barbosa, estão em Londres, sede da Xstrata, finalizando o acordo.

Outras fontes, no entanto, declaram haver "discrepâncias significativas entre as duas partes" e que nenhum valor teria sido acordado.

Procurada, a Vale disse que não comentaria o caso. Caso ocorra nova oferta, as informações relevantes terão de ser divulgadas ao mercado no Brasil, segundo as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Um comentário:

  1. Essa negociação está muito estranha.

    O valor que estão pagando pela empresa é pelo valuation de antes da crise no mercado de crédito, certamente não seria um bom timing fazer agora, e nesse preço.

    E o dono da Xtrata, Mark Rich, bom esse é um caso à parte.

    O cidadão fugiu dos EUA por negociar com o Irã (e depois o Iraque) em meio ao embargo americano, envolveu-se em uma porção de outras negociatas, até receber perdão presidencial do Bill Clinton, no último dia de seu mandato, e coincidentemente, após a mulher do Rich ter doado uma pequena fortuna ao partido democrata.

    Um negócio no mínimo nebuloso.

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