Da Agência Estado
A Bovespa teve nesta sexta-feira (15) seu segundo pregão consecutivo de baixa, numa sessão de liquidez reduzidíssima - foi o menor volume de 2008. O feriado do Dia do Presidente na próxima segunda-feira (18) nos Estados Unidos foi uma das explicações dos especialistas para o giro baixo desta sexta. Para a queda, a razão também veio de lá: indicadores e notícias ruins que reforçam os temores de recessão naquela economia.
A Bovespa encerrou a sessão em baixa de 0,89%, aos 61.271,9 pontos. Na mínima do dia, o índice bateu em 60.717 pontos (-1,78%) e, na máxima, atingiu 61.803 pontos (-0,03%). O desempenho desta sexta reduziu os ganhos de fevereiro a 3%. Na semana, a Bolsa subiu 3,71%, mas, no ano, acumula perda de 4,09%. O volume financeiro contabilizou apenas R$ 4,17 bilhões, bem abaixo da média diária de R$ 6,604 bilhões verificada nos outros quatro dias desta semana (desconsiderado o giro do vencimento de opções sobre Ibovespa, na quarta-feira).
O clima ruim vindo do exterior depois dos indicadores fracos anunciados nesta sexta nos EUA reforçou a atuação dos vendidos (investidores que apostam na baixa das ações) para o próximo vencimento de opções sobre ações, que acontece na segunda-feira (18). Estes investidores aproveitaram a queda do índice para "baterem" nas opções de Vale e Petrobras e, assim, gorarem a operação na segunda-feira. "Com isso, não há o exercício e eles embolsam o prêmio", segundo um profissional. Vale PNA cedeu 1,94% e Petrobras PN recuou 0,87%.
Além do movimento técnico, os negócios também reagiram ao péssimo índice Empire State norte-americano, que registrou a primeira queda abaixo de zero desde maio de 2005, e ao aumento acima das previsões no preço das importações. O terceiro índice ruim foi o sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que ficou num patamar menor do que o previsto. Apenas a produção industrial veio em linha, mas foi uma gota no oceano de notícias ruins desta sexta. Do noticiário, pode-se pinçar a previsão do Citigroup de que o banco suíço UBS terá que registrar baixa contábil entre US$ 10,96 bilhões a US$ 18,25 bilhões. Mas, como já ocorreu inúmeras vezes desde o início da crise, um banco fala de outro e o UBS também fez previsões nesta sexta. Mas elas foram mais abrangentes e indicavam que as instituições financeiras terão baixas de US$ 120 bilhões.
Outro dado relevante desta sexta foi o pedido feito pela seguradora de bônus FGIC ao Departamento de Seguros de Nova York para que possa se dividir em duas. Se aprovada, a divisão colocaria numa empresa a maioria dos bônus lastreados em hipotecas e, em outra, bônus municipais.
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