Em relatório, a corretora SLW destaca que o novo marco regulatório não foi claro o suficiente para esclarecer ao acionista minoritário o real peso da capitalização que será feita na empresa. "Não sabemos o percentual que será emitido em ações e quanto a companhia pagará com petróleo, o que dificulta fazermos as contas exatas do impacto desta operação em suas ações. No que pese faltar informações para a melhor avaliação, pelo valor estimado já dá pra se ter uma idéia clara que a operação vai diluir os acionistas que não aderirem à oferta, desta forma a noticia é negativa no curto prazo e deve pressionar suas ações até um melhor entendimento da operação", afirma.
Segundo o líder do governo do Senado, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), a Petrobras, será capitalizada em 50 bilhões de dólares. A Petrobras, entretanto, ainda não confirmou este valor. A falta de informações oficiais quanto ao valor e aos termos da capitalização, além das incertezas em relação ao potencial das reservas do pré-sal , devem pesar sobre as ações da Petrobras. no curto prazo, estima o banco de investimentos Collins Stewart. Segundo a instituição, a margem de erro nas premissas para o pré-sal é muito grandes, gerando insegurança na avaliação da companhia. Outro fator que dificulta as estimativas é a incerteza no calendário de produção do pré-sal.
A corretora Fator destaca que o longo prazo de maturação das reservas e as dúvidas que permanecem sobre a rentabilidade das operações de exploração de petróleo sob o novo modelo tornam o estabelecimento de preço uma difícil tarefa. Pelas contas da instituição, atualmente o valor de cada barril de petróleo do pré-sal está em 3 dólares, valor bastante inferior aos 10 dólares estimados pelo governo. "Isso significaria uma capitalização de US$ 15 bilhões pelo Governo ou uma oferta total de US$ 47 bilhões, equivalente a cerca de 30% do valor de mercado atual."
Para o Collins Stewart, até que o mercado esteja confortável tanto com a capitalização e o direcionamento dos recursos para novos investimentos, quanto com a avaliação dos ativos, as ações da Petrobras ficarão voláteis, com o risco de sofrer um rebaixamento. A SLW, porém, ressalta que, após o mercado digerir as informações e for concluída a emissão de novas ações, " a tendência é a empresa voltar a ser uma das boas opções de investimento para médio-longo prazo, uma vez que a companhia estará mais bem estruturada para enfrentar os investimentos futuros".
EXAME
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