A filial no país do banco espanhol fez sua estreia no pregão da Bovespa e na Bolsa de Nova York nesta quarta-feira, após ter concluído na véspera sua oferta de 600 milhões de units, levantando 14,1 bilhões de reais, no maior IPO da história do mercado brasileiro e recorde mundial em 2009.
Para o presidente do Santander Brasil, Fabio Barbosa, a recuperação rápida da economia brasileira após a crise foi fundamental para o resultado da operação.
"O momento da oferta não poderia ter sido melhor, porque o país saiu bem avaliado da crise do ano passado", disse Barbosa na sede da Bovespa, antes do início dos negócios com as units.
Mas a estreia no pregão foi tingida de vermelho em meio à realização de lucros no setor bancário, que vinha se valorizando na Bovespa justamente pelo otimismo com a oferta.
A unit do Santander terminou o dia com queda de 3,74 por cento, a 22,62 reais, com o maior giro da bolsa, de 1,93 bilhão de reais. O Ibovespa encerrou o dia praticamente estável, com oscilação negativa de 0,05 por cento.
Segundo a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), a taxa de rateio na parte da operação destinada ao varejo foi de 8,14 por cento, indicando que a demanda superou a oferta em mais de 10 vezes.
Segundo profissionais do mercado, a forte demanda pela oferta reflete as perspectivas positivas dos investidores para o crescimento do crédito no país nos próximos anos.
Mas esse otimismo se espalhou por todo o setor financeiro, que protagonizou a ascensão do Brasil a vice-líder mundial de IPOs em 2009, só atrás da China. A emissão de cerca de 8,1 bilhões de dólares do Santander e os 4,3 bilhões de dólares da empresa de cartões de crédito VisaNet fizeram o país responder por 29 por cento dos 42 bilhões de dólares levantados por essa via neste ano, segundo a Thomson Reuters.
E pelo menos mais uma operação de grande porte é esperada para este ano na Bovespa, a oferta inicial da câmara de liquidação e custódia Cetip.